O jornal Público avança esta terça-feira que as autoridades francesas suspeitam que Rui Pinto pode estar na origem de um ataque informático ao clube francês Paris Saint-Germain (PSG).

O ministério público francês pediu informações às autoridades portuguesas através do mecanismo de cooperação europeia em fevereiro de 2020.

Além a identidade completa de Rui Pinto e informações sobre antecedentes criminais, as autoridades francesas queriam apurar o andamento dos processos judiciais que visavam o hacker em Portugal. É ainda solicitada uma lista dos materiais aprendidos neste processo, como servidores.

A investigação em França teve origem em três queixas apresentadas pelo Paris Saint-Germain (PSG) depois de ver que tinham sido utilizados documentos internos em notícias avançadas pelo Mediapart, órgão de comunicação social que integra o consórcio de jornalistas de investigação europeu responsável pelas revelações do caso Football Leaks.

Rui Pinto responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.