Esta é apenas a segunda vez que os ‘arsenalistas' terminam no terceiro lugar - a outra foi em 2011/12, com Leonardo Jardim como treinador -, e a terceira no pódio depois do segundo lugar de 2009/10 (Domingos Paciência).
Braga e Sporting acabaram o campeonato com os mesmos pontos (60), mas os minhotos beneficiaram da vantagem no confronto direto (vitória por 1-0 em casa, após derrota fora por 2-1, recuperando a posição que tinham perdido à 27.ª jornada.
A decisão só ficou conhecida na derradeira ronda, com a terceira vitória da época dos bracarenses sobre o já campeão nacional FC Porto (2-1) – depois do 2-1 no dragão, na primeira volta, e do 1-0 na final da Taça da Liga -, e a derrota (2-1) dos ‘leões', na Luz, únicos resultados que interessavam aos minhotos.
Numa época atípica para todos os clubes por causa da pandemia de covid-19, que interrompeu o campeonato por cerca de três meses, foi ainda mais conturbada para o Sporting de Braga pelas várias mudanças no comando técnico.
Abel Ferreira esteve muito pouco tempo, apenas no início da pré-temporada, e depois vieram Ricardo Sá Pinto, Rúben Amorim, Custódio Castro e Artur Jorge, os três últimos ‘promoções’ internas: Amorim subiu da equipa B, Custódio dos sub-17 e Artur Jorge dos sub-23 (também orientou os sub-19).
Com uma carreira como jogador e treinador quase toda ela passada no clube, foi Artur Jorge, que só fez os últimos cinco jogos, a materializar o feito, recuperando uma desvantagem para o Sporting que chegou a ser de cinco pontos.
O melhor período da época no campeonato, no entanto, foi sob o leme de Rúben Amorim (contratado pelo Sporting no início de março), com oito vitórias – mais um empate - em nove partidas, entre elas diante do FC Porto (fora, 2-1), Sporting (1-0, em casa) e Benfica (1-0, fora).
Os destaques individuais vão para o trio ofensivo composto por Trincão (oito golos), por quem o FC Barcelona pagou 31 milhões de euros, recorde absoluto do Braga, Ricardo Horta (12) e Paulinho (16), autores de mais de metade dos golos dos minhotos.
Bruno Viana, Raul Silva e André Horta foram as principais desilusões, assim como o espanhol Abel Ruiz, contratação mais cara de sempre do clube, proveniente do FC Barcelona, por oito milhões de euros, mas que só marcou um golo em seis aparições na I Liga, em nenhuma delas como titular.
Sporting de Braga 'maior' dos 'pequenos' e que o Sporting
O Sporting de Braga isolou-se no terceiro lugar do ‘ranking’ do ‘rei dos pequenos’ da I Liga de futebol, ao ser pela 15.ª vez o melhor dos ‘não grandes’, com o ‘bónus’ de se ter superiorizado ao Sporting.
Os minhotos, que repetem os registos de 2017/18 e 2018/19, deixaram para trás o vizinho Vitória de Guimarães, que tinha somado o 14.º ‘cetro’ em 2016/17, e ficam apenas a um do Boavista, segundo da tabela, com 16, o último em 2001/02.
Na frente, distanciado, segue o Belenenses, que foi por 25 vezes o ‘rei’ entre os ‘pequenos’, mas já não o é desde 1987/88, sendo que, entretanto, ‘embrulhou-se’ numa guerra interna e ‘desapareceu’ como o clube do Restelo.
Os ‘azuis’ já tinham deixado de ‘mandar’ neste campeonato muito antes dos seus problemas e, nos últimos anos, a supremacia tem sido clara do Sporting de Braga, que foi o melhor em 11 das últimas 16 edições.
O presidente António Salvador fez mesmo saber da ambição de conseguir mais, de chegar mesmo ao título por altura do centenário do clube, em 2021, mas os ‘arsenalistas’ mostraram esta temporada que isso pode não ser mais do que um sonho.
Apesar de grande prestação na Liga Europa, o Sporting de Braga cedo comprometeu as ambições no campeonato, sob o comando de Ricardo Sá Pinto, que saiu após 14 jornadas, com a equipa ‘afundada’ no oitavo lugar, a 21 pontos do primeiro.
Proveniente da equipa B, Rúben Amorim foi o escolhido para a sucessão e fez um magnífico trabalho, cifrado, no campeonato, em oito triunfos, em nove jornadas, incluindo um 2-1 no Dragão, um 1-0 ao Sporting e um 1-0 na Luz.
O jovem técnico implementou um sistema de três defesas e colocou os ‘arsenalistas’ a jogar a alto de nível e de forma consistente, mas, por 10 milhões de euros, cláusula que o Sporting não bateu, Salvador ‘abriu mão’ de Amorim.
O técnico levou para Alvalade os bons resultados, com Custódio Castro, o seu sucessor, a não conseguir manter a bitola e a acabar por sair após escassos seis jogos, promovendo Artur Jorge a quarto técnico da época.
Amorim chegou a ‘roubar’ o terceiro posto ao Sporting de Braga, colocando-se cinco pontos à maior, mas os ‘arsenalistas’ conseguiram a reviravolta, selando o pódio e um lugar na fase de grupos da Liga Europa.
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