Na conferência de imprensa de antevisão à visita ao Moreirense, no sábado, para a sexta jornada da I Liga, o desaire caseiro de terça-feira diante dos alemães (2-1) “monopolizou” o discurso do técnico, que respondeu às críticas com a reafirmação das explicações dadas anteriormente.
“Não faço gestão. Aquilo que eu faço é: em função da nossa forma de jogar e o momento de cada jogador colocar os melhores em campo para cada momento. É verdade que fomos usando a mesma equipa algumas semanas, mas a partir do momento que temos jogos de três em três dias tenho de escolher”, começou por afirmar o treinador dos ‘encarnados’.
Renovando as razões para as apostas em Tomás Tavares, Cervi ou Jota na primeira jornada do Grupo G da ‘Champions’, Bruno Lage recusou ter “um plano A ou um plano B”, apontando as escolhas para “o momento”. Em paralelo, garantiu acreditar na ambição de uma campanha europeia à altura da história do Benfica sem deixar de utilizar os ‘produtos’ da formação.
“Este é o projeto que queremos. Hoje o Florentino é uma ausência na equipa. Se queremos contratar um jogador do valor dos atletas que temos aqui custam 60 milhões de euros. Onde é que vamos encontrar um atleta para substituir André Almeida? E Pizzi? Jardel? Samaris? O Seixal não serve para atacar a Liga dos Campeões? Acho que não fizemos uma exibição que envergonhasse os benfiquistas”, frisou.
Na mesma linha de raciocínio, o treinador do clube da Luz lembrou ainda que muitos dos jovens atualmente no plantel foram a “duas finais da UEFA Youth League” e que aqueles que dizem ser “impossível” fazer uma boa campanha na Europa “são os mesmos” que já diziam ser impossível conseguir ser campeão nacional com base na formação.
“Acredito muito no projeto. Com o tempo vamos lá chegar. Há o projeto do clube e há o acreditar muito nestes jovens. Não me tirem esta vontade de acreditar, porque acreditei o ano passado que íamos ser campeões nacionais e conseguimos”, salientou.
Em foco esteve igualmente o gesto do avançado Haris Seferovic depois de apontar o único golo ‘encarnado’ diante do Leipzig, no qual colocou o dedo em frente à boca, como se estivesse a ‘calar’ os adeptos. Bruno Lage – que assumiu não ter falado com o jogador sobre o episódio – vincou que Seferovic “tem de entender”, mas desvalorizou a situação.
“Seferovic é um individuo muito tranquilo, que gosta muito do Benfica e, por isso, acabou por renovar. É o homem da frente que mais trabalha coletivamente para a equipa e acho que o gesto nem é tanto para os adeptos. É quase como dizer que foi o empregado do mês no McDonalds e no dia seguinte deixa queimar as batatas e leva uma ‘dura’ do chefe. É este o equilíbrio”, sintetizou o treinador, acrescentando não o ter visto “ansioso” pelo jejum de golos.
Por fim, o jogo com o Moreirense teve espaço para uma curta análise do técnico das ‘águias’, marcada pelos elogios ao emblema de Moreira de Cónegos e pela exigência de uma resposta positiva da equipa após o desaire europeu a meio da semana.
“Espero um jogo muito difícil, em particular por ser fora de portas. É um campo mais pequeno do que o habitual e uma equipa com um registo interessante em casa, com vitórias e sem golos sofridos. Jogam normalmente em 4-3-3, e nós, como habitualmente, temos de estar ao nosso melhor nível”, concluiu.
O jogo entre o Moreirense, nono classificado, com sete pontos, e o Benfica, segundo, com 12, está marcado para sábado, às 20:30, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
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