“Tenho recebido uma montanha de mensagens e é impossível responder a todas. É um orgulho imenso chegar aqui e ter pessoas, sobretudo avós, mãe e irmão, à nossa espera. A maior felicidade será quando chegar a casa e desfrutar com esposa e filha destes momentos e de coisas que me privei durante este tempo”, vincou Fernando Pimenta.
O canoísta falava aos jornalistas logo após a chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde foi aplaudido por familiares e amigos, um dia depois de ter juntado a medalha de prata em K1 5.000 metros à reconquista do cetro em K1 1.000.
“Nos últimos anos, tenho vindo a estar na história da canoagem. Ficou um amargo de boca por não ter conseguido a medalha de ouro ontem [domingo] por 22 centésimas. Dessa forma ficaríamos à frente dos nossos vizinhos espanhóis, com quem temos uma grande rivalidade. Só temos de estar felizes e muito orgulhosos pela prestação”, notou.
Sem falhar qualquer pódio europeu ou mundial neste ciclo, tanto no olímpico K1 1.000 metros, no qual foi terceiro colocado em Tóquio2020, como no K1 5.000, Fernando Pimenta, de 32 anos, alcançou em Copenhaga os 108 ‘metais’ a nível internacional.
“Isto num ano em que consegui medalhas de bronze na Taça do Mundo e nos Jogos Olímpicos, fui vice-campeão europeu e agora campeão mundial. Não há nenhum atleta, nem o próprio campeão olímpico, que tenha sido medalhado em todas as provas da distância olímpica. Futuro? Ainda posso andar na alta competição mais oito anos, pelo menos. Tudo dependerá um bocadinho do meu estado mental e físico, sendo que alguns apoios são fulcrais para me sentir motivado e predisposto a dar o meu melhor”, frisou.
O atleta do Benfica fixou como metas seguintes vencer uma inédita medalha de ouro nos Jogos Europeus Cracóvia2023 e nos Jogos Olímpicos Paris2024, onde a “melhor geração de sempre” da canoagem portuguesa quer “apurar o maior número de atletas”.
Se Fernando Pimenta quer colecionar os três tipos de medalhas olímpicas, sendo que ninguém no desporto português tem mais de duas, João Ribeiro almeja dar continuidade às medalhas de prata europeia e mundial consumadas no K1 500 metros esta época.
“Prolongámos a época um mês após os Jogos Olímpicos. Foi bastante duro, mas havia vontade e ambição de fazer um bom resultado. Estou muito orgulhoso por fazer parte desta equipa, que, a cada ano, faz mais e melhor”, avaliou o canoísta, de 32 anos.
João Ribeiro integrou ainda a renovada tripulação de K4 500 metros, oitava em Tóquio2020 e 11.ª nos Mundiais, que manteve também Messias Baptista, detentor em território dinamarquês da medalha de prata na inédita especialidade mista de K2 200.
“Esta época foi muito longa e os Jogos Olímpicos foram o ponto mais alto. Não tivemos o resultado esperado, mas não deixa de ser prestigiante um diploma olímpico na minha estreia. Ir aos Mundiais e terminar desta forma tem um sabor muito especial. Ser ao lado da Francisca, ainda melhor. Temos uma boa cumplicidade”, admitiu o atleta, de 22 anos.
Ausente em Tóquio2020, Francisca Laia, de 27 anos, estreou-se em pódios mundiais e foi ainda nona em K2 200 metros e 15.ª em K2 500, ambas com Maria Rei, desejando regressar ao maior evento multidesportivo em Paris2024, após a estreia no Rio2016.
“Foi uma época com alguns objetivos falhados. Não consegui estar presente no Japão, que era a principal meta. Apesar disso, decidi continuar a treinar e queria estar presente neste Mundial. Fico muito contente de ter conseguido esta medalha em conjunto com o Messias, um miúdo cheio de talento, que certamente irá dar muitas alegrias”, partilhou.
Além do ouro de Fernando Pimenta e das três pratas, Norberto Mourão, de 40 anos, fechou a época na canoagem adaptada com o bronze em VL2 200 metros, repetindo o feito dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, numa distância em que foi campeão europeu.
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