O técnico, que falava na conferência de imprensa de antevisão da deslocação ao terreno do Moreirense, na sexta-feira, da terceira jornada do campeonato, abordava implicitamente as saídas iminentes, mas ainda não oficializadas de Fransérgio para os franceses do Bordéus e de João Novais para os turcos do Alanyaspor, além de outras, como a de Esgaio para o Sporting ou, já em janeiro, de Paulinho também para os ‘leões’.

“No ano passado, o Braga fez uma época absolutamente fantástica, esteve em três finais [Taça da Liga/ Taça de Portugal/Supertaça], vencemos uma, que é a segunda prova mais importante, a terceira Taça de Portugal da nossa história. Isso trouxe valorização dos nossos jogadores e aconteceu o que é normal, despertou muito interesse nos nossos ativos. Sem tirar uma ponta de ambição, que é lutar para vencer em todos os jogos, mas estamos em mudança de ciclo e isso implica venda de jogadores, o que aliviou muito a folha salarial do clube”, disse o treinador ainda antes de qualquer pergunta.

O técnico referiu que o Braga vai encaixar “30 milhões nestes três jogadores”, numa alusão a Paulinho, Esgaio e Fransérgio.

“São jogadores que estão há alguns anos no Braga, que estão valorizados, no seu pico para fazer vendas por uma quantia importante, para dar oportunidade a outros jogadores e que pode culminar dentro de dois ou três anos em triunfos e finais de Taças”, disse.

Carlos Carvalhal disse ainda que, quando acontecem as mudanças de ciclo, as épocas são “extremamente difíceis”

“Há um trabalho de base de uma equipa que joga quase de olhos fechados, e em função disto, por exemplo diante do Moreirense, estarão cinco ou seis jogadores novos no ‘onze’ inicial, quase uma equipa nova”, disse.

Carlos Carvalhal frisou a importância de manter “os pés no chão” na “gestão das expectativas”, considerando que a aposta em jovens jogadores “vai dar frutos no futuro, mas no imediato é difícil”, porque a mudança de ciclo “acarreta sempre algum risco”, mas notou que o quarto lugar continua a ser o objetivo mínimo da equipa.

“É importante colocar o Braga dentro das expectativas corretas nesta mudança de ciclo, porque muitas vezes são elas que frustram as pessoas. O quarto lugar é o mínimo, é assim desde que cheguei, mais do que isso é excelente”, disse.

Frisando que “a mudança de ciclo diz mais respeito às administrações do que aos treinadores” e questionado sobre se a luta pelo título, sonho antigo de António Salvador, fica mais longe, o treinador repetiu a ideia de que isso só será possível com os direitos televisivos centralizados, que trarão mais receitas.

Da derrota caseira com o Sporting, na última jornada (2-1), Carlos Carvalhal disse tirar mais coisas positivas.

“Foi um jogo que dominámos, não querendo tirar mérito à vitória do Sporting, mas o Matheus teve uma noite de pouco trabalho e o [guarda-redes] do Sporting [Adán] de muito. Fizemos muito por vencer, criámos cinco ou seis oportunidades contra uma equipa à qual é difícil criá-las”, disse.

Para o jogo em Moreira de Cónegos, Ricardo Horta “ainda está em dúvida”, tal como Sequeira e Castro.

Sporting de Braga, sexto classificado, com três pontos, e Moreirense, 13.º, com um, defrontam-se a partir das 21:15 de sexta-feira, no Estádio Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, jogo que será arbitrado por Hélder Malheiro, da associação de Lisboa.