“Um dos objetivos será também ter alguns jogos durante o ano para partilhar as experiências e, no fundo, continuar a desenvolver a modalidade. Estou a tentar para que no próximo ano exista já algum jogo em Portugal para trazer o apoio destes ‘centurions’ ao râguebi português, que eu acho que faz falta para que Portugal continue a conhecer e a ligar a uma modalidade que está meio esquecida, mas que nós queremos fazer ver que é importante”, disse à agência Lusa.
Os Rugby Centurions foram criados como um grupo de elite internacional que agrega 54 jogadores masculinos e femininos de râguebi do mundo com mais de 100 internacionalizações pelas suas seleções.
O ex-capitão dos ‘lobos’ foi o único português convidado para a gala inaugural na noite de quinta-feira num hotel em Londres, num evento que serviu também para angariar fundos a formação neste desporto.
Os interessados em conviver com estas “lendas desportivas” pagaram por lugares que custavam entre 15.000 libras (17 mil euros), incluindo IVA, que esgotaram rapidamente, e 210 libras (237 euros).
O evento foi promovido pela Zeus Events, uma agência fundada pelos irmãos Darren e Adam Clayton, eles próprios antigos jogadores profissionais de râguebi, como “uma celebração, um reconhecimento pela proeza incrível ao atingir uma etapa única”.
Entre os 54 membros com este palmarés estão jogadores históricos como John Smit, da África do Sul, Brian O’Driscoll, da Irlanda, e Richie McCaw e Dan Carter, da Nova Zelândia.
A mais recente entrada foi a de Sarah Hunter, que alcançou a meta dos 100 jogos em representação de Inglaterra na quarta-feira, frente ao Canadá.
Além de ser o único português, o terceira-linha do GD Direito é também o único jogador amador a integrar o grupo.
À Lusa, confessou que ainda idolatra muitos dos “centuriões”, nomeadamente McCaw, que era capitão da Nova Zelândia, vencedora do Campeonato do Mundo de 2007, o único mundial para qual Portugal se qualificou.
Apesar de a Nova Zelândia ter infligido a pior derrota de sempre a Portugal (108-13), Uva disse que o neozelandês o tratou “muito bem” durante o torneio.
“Dá-me um prazer enorme estar aqui, poder falar com eles e compartilhar um bocadinho experiências, depois de ter estado com eles em 2007. Alguns ainda se lembram de mim e da seleção portuguesa”, referiu.
Sobre ser o único membro amador, acredita que se orgulha porque poderá sentir “um bocadinho mais o desporto” que os profissionais.
“É um marco ainda importante para mim e para o râguebi português não ser um desporto profissional conseguir trazer um elemento a esta gala”, enfatizou.
O português fez-se acompanhar por vários membros da família, incluindo o irmão, Gonçalo Uva, que já soma 96 internacionalizações e que poderá juntar-se aos Rugby Centurions no próximo ano.
Na gala estiveram cerca de 850 pessoas, algumas das quais licitaram num leilão que angariou mais de 25 mil libras (28 mil euros), incluindo a madrinha do evento, a princesa Charlene do Mónaco, que ofereceu sete mil libras (7,9 mil euros) por um par de chuteiras usadas pelo compatriota Richie McCaw.
Todos os 32 membros presentes receberam um ‘blazer’ com um emblema do Rugby Centurions, que oficializou a sua entrada para o grupo.
Vasco Uva disputou o seu primeiro encontro pela seleção em fevereiro de 2003 contra a Geórgia e cumpriu 100 internacionalizações em maio de 2015 contra o Quénia, tendo deixado a equipa das ‘quinas’ em março de 2016 com 101 desafios oficiais por Portugal.
Após 20 anos de dedicação à modalidade, Vasco Uva joga atualmente a sua última época pelo seu clube de origem, o Grupo Desportivo do Direito.
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