“Devemos defender um modelo europeu de desporto baseado em valores, baseado na diversidade e na inclusão”, lê-se numa mensagem publicada na conta oficial da rede social Twitter de Margaritis Schinas.
O comissário com a pasta da Promoção do Modo de Vida Europeu reagia assim ao projeto de criação de uma Superliga Europeia, feito no domingo por 12 dos principais clubes de Espanha, Inglaterra e Itália, que pretendem desenvolver uma competição de elite, concorrente da Liga dos Campeões, e em oposição à UEFA.
Sublinhando que “não há margem” para que o modelo europeu de desporto “seja reservado aos poucos clubes ricos e poderosos”, Schinas diz também que estes clubes “querem cortar as ligações com tudo aquilo que as associações representam”, referindo-se às “ligas nacionais [de futebol], promoções e despromoções, e apoio ao futebol amador”.
“A universalidade, a inclusão e a diversidade são elementos cruciais no desporto europeu e no nosso modo de vida europeu”, aponta o responsável.
No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, treinado pelo português José Mourinho, “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica um comunicado enviado à AFP.
“A época inaugural (...) iniciar-se-á o mais brevemente possível”, informam os subscritores do comunicado, sem precisar qualquer data, adiantando que a nova competição pretende “gerar recursos suplementares para toda a pirâmide do futebol”.
Os promotores da Superliga adiantam que a prova será disputada por 20 clubes, pois, aos 15 fundadores – apesar de terem sido anunciados apenas 12 -, juntar-se-ão mais cinco clubes, qualificados anualmente, com base no desempenho da época anterior.
A época arrancará em agosto, com dois grupos de 10 equipas e os jogos, em casa e fora, serão realizados a meio da semana, mas todos os clubes participantes continuarão a disputar as respetivas ligas nacionais.
O comunicado dos 12 clubes surge no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.
Na luta contra a pretensão de alguns dos mais poderosos clubes da Europa, a UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
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