De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros na quinta-feira, a prática de atividade física ao ar livre em plena pandemia de covid-19, que estava restringida desde meados de janeiro a título individual, fica limitada a grupos de até quatro pessoas, enquanto as aulas de grupo vão continuar proibidas em ginásios e academias.
Já quanto à prática amadora de modalidades listadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) como “atividade física e desportiva de baixo risco”, são permitidas todas as vertentes de aeronáutica, atletismo, automobilismo, canoagem, ciclismo, equestre, motociclismo, motonáutica, paraquedismo, pentatlo moderno, remo, surf, ténis, ténis de mesa e tiro.
Igual determinação incide sobre aeromodelismo, aikido, badminton, beisebol e softebol, bilhar, bridge, campismo e montanhismo, columbofilia, damas, esgrima, golfe, padel, halterofilismo, orientação, pesca desportiva, petanca, triatlo, vela, voo livre ou xadrez.
Segundo a orientação da DGS em agosto de 2020 quanto à estratificação do risco de contágio por covid-19, estas modalidades garantem contextos de treino e competitivos com “distanciamento físico permanente de pelo menos três metros entre praticantes”.
“No âmbito das instalações desportivas permite-se a abertura de determinados equipamentos: campos de tiro; courts de ténis, padel e similares; circuitos permanentes de motas, automóveis e similares; velódromos; hipódromos e pistas similares; ginásios e academias; pistas de atletismo e campos de golfe”, enumera o Conselho de Ministros.
Caso a evolução diária da pandemia de covid-19 em Portugal seja favorável, a segunda fase do plano de desconfinamento do Governo para a prática desportiva irá começar a partir de 19 de abril, assinalando a retoma das modalidades classificadas de médio risco.
Nesse lote estão incluídas as principais modalidades coletivas, casos do andebol, basquetebol, futebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, cujas divisões profissionais prosseguiram durante o segundo confinamento geral, em vigor desde 15 de janeiro.
Corfebol, futebol de praia, hóquei e hóquei em linha, polo aquático, aquatlon, hóquei subaquático e râguebi subaquático também regressarão ao ativo, assim como o râguebi em cadeira de rodas, que completará o leque de desportos para pessoas com deficiência.
Além das modalidades de médio risco, que “não permitem o distanciamento entre atletas, ainda que não impliquem contacto face a face”, o Governo prevê expandir a atividade física ao ar livre até grupos de seis pessoas e manter os ginásios sem aulas de grupo.
Esses dois cenários deverão ficar livres de restrições duas semanas depois, quando ressurgirão as modalidades de alto risco de contágio, por “implicarem contacto face a face”, entre as quais boxe, jiu jitsu, judo, kickboxing e muaythai, lutas amadoras e râguebi.
A variante de pares de patinagem artística consumará o regresso pleno dos desportos de inverno, tal como a vertente acrobática na ginástica, o kumite no karaté e no kempo, o kiorugy no taekwondo, as disciplinas standard, latino-americana e de pares na dança desportiva ou o san da e wushu kung fu na esfera das artes marciais chinesas.
O Governo tem adiado o regresso de público aos recintos, contrariando a expectativa da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e do Autódromo Internacional do Algarve, palco de etapas dos Mundiais de MotoGP, em 18 de abril, e de Fórmula 1, em 2 de maio.
“Obviamente, não há eventos com público, porque são um risco acrescido de juntar pessoas e há um risco acrescido de transmissão da doença. Isso tem de ser evitado e vamos continuar a evitar”, assumiu na quinta-feira o primeiro-ministro António Costa.
Os adeptos estão afastados das bancadas desde março de 2020, quando Portugal enfrentou o primeiro confinamento geral e todo o desporto foi suspenso, incluindo os escalões de formação, cujo restabelecimento nas modalidades de médio e alto risco dependerá de testes obrigatórios à covid-19 até 72 horas antes do início das atividades.
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