Grande parte dos orçamentos destes organismos está alicerçado nas comparticipações estatais, através de programas de desenvolvimento desportivo assinados com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), e, apesar de a situação, em muitos casos, estar controlada, qualquer alteração poderá fazer mossa.

"Estamos a preparar um orçamento mais baixo, devido ao cancelamento de algumas provas, mas com alguma ginástica vamos tentar que não tenha grande impacto nas atividades", explicou o presidente de Federação Portuguesa de Hóquei (FPH), Armindo de Vasconcelos.

Em declarações à Lusa, o dirigente federativo desta modalidade olímpica considerou "fundamental que o IPDJ mantenha, pelo menos, o mesmo apoio para que o futuro possa ser encarado com confiança", embora já note dificuldades pontuais nos clubes.

"Alguns municípios ainda não liquidaram os apoios contratualizados com os clubes, que, apesar de não serem montantes elevados, fazem sempre falta. Mas, por enquanto, sinto que a situação controlada", vincou Armindo de Vasconcelos.

Panorama semelhante vive-se na Federação Portuguesa de Orientação (FPO), que mantém uma situação financeira estável e, por enquanto, sem ecos de grandes dificuldades por parte dos clubes.

"Sem atividade não há grandes gastos para os nossos clubes. Há algumas despesas e investimentos que já foram feitos na preparação de provas que, entretanto, foram suspensas, mas que poderão ser recuperados. São situações pontuais que ainda não geram grandes preocupações", explicou o presidente da FPO, António Amador.

Na Federação Portuguesa de Esgrima (FPE) há alguma "apreensão" sobre o futuro, mas o Diretor Técnico Nacional, Miguel Machado, reconheceu que, "se não houver quebras nos contratos programas definidos, a situação será controlável".

"Para já, a grande preocupação dos clubes é saberem quando podem retomar a atividade. Muitos dos treinadores não vivem apenas da esgrima e, por isso, é possível gerir a situação. Há a questão do aluguer dos espaços de treino, mas acredito que, de acordo com as medidas do Governo, vai ser possível protelar um pouco o pagamento das rendas", explicou o responsável da FPE.

Também na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) a questão da sustentabilidade económica não é, nesta fase, a maior das preocupações, embora o organismo esteja atento às consequências.

"Por enquanto, está tudo calmo. Ainda não tivemos nenhum clube a mostrar grande dificuldade. Estamos em alerta, mas ainda sem receber preocupações. Na federação, a situação é semelhante. Temos as contas estáveis, mas estamos vigilantes", frisou o presidente da FCMP, João Queiroz.

Nenhuma das federações ouvidas pela Lusa avançou com ‘lay-off’, reconhecendo terem promovido o teletrabalho para os seus funcionários.

Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.