A partida está agendada para sexta-feira, dia 08 de março, no quilómetro zero da EN2, em Chaves, no distrito de Vila Real, e visa também celebrar o 3.º aniversário da Fuga Rosa - Women’s Cycling Portugal, uma comunidade que liga 1.200 mulheres praticantes de ciclismo, amador e profissional.
Mónica Faísca, 40 anos, residente em Lisboa e que trabalha na área do turismo e comunicação, disse hoje à agência Lusa que o objetivo da iniciativa “é mostrar que o ciclismo feminino existe em Portugal, existe em cada vez mais número e está cada vez mais forte”.
“Este é o nosso contributo ao ciclismo feminino”, salientou.
Em Portugal, referiu, “ainda há muito caminho para desbravar na luta pelos direitos de igualdade”, nomeadamente também na área do ciclismo.
As 12 mulheres querem assinalar a data, do Dia da Mulher e o aniversário da Fuga Rosa, com “um desafio que retratasse o espírito da comunidade”.
“E nada melhor do que fazer uma travessia lés a lés de Portugal, para conseguirmos passar por todas as fugas do país”, afirmou Mónica Faísca.
A expectativa “muito otimista” desta participante é que o grupo chegue a Faro ao final da tarde, início da noite de sábado.
O percurso vai ser feito “sem parar, dia e noite, em modo estafeta de Chaves a Faro, num total de 738,5 quilómetros”.
Na partida simbólica vão estar as 12 mulheres, que irão fazer em conjunto um troço de cerca de 20 quilómetros e depois o grupo separa-se.
“Vamos fazer segmentos entre 40 a 50 quilómetros cada uma e passamos o testemunho à outra que segue caminho sempre rumo ao sul. Vai haver sempre uma fuga em estrada a passar o testemunho à outra, dia e noite até Faro”, explicou.
A EN2 está, segundo Mónica Faísca, na “bucket list” (lista de coisas para fazer antes de morrer) de qualquer ciclista.
“Até porque é a nossa ‘route’ 66”, frisou.
A ‘route’ 66, uma das estradas mais conhecidas e míticas do mundo, atravessa os Estados Unidos da América (EUA).
A ciclista disse ainda que a travessia da EN2 permite ver um “país lindo de morrer” e possibilita que, ao longo do trajeto, outras mulheres se juntem ao grupo para o acompanhar durante determinado troço.
“É um fenómeno que nos deixa comovidas. Vamos, de alguma forma, juntarmo-nos umas com as outras em determinada parte do percurso e fazer um troço juntas”, referiu.
A Fuga Rosa, comunidade criada há três anos, junta 1.200 mulheres praticantes de ciclismo em Portugal.
Quer ser um ponto de encontro de mulheres portuguesas de todas as idades, profissionais, amadoras, pertencentes a equipas e a grupos femininos, que têm em comum a paixão pelas bicicletas, sejam elas de estrada, triatlo, citadinas ou todo-o-terreno.
A maioria é, segundo Mónica Faísca, amadora, mas também há praticantes profissionais que competem no calendário nacional de ciclismo.
Em Albufeira há uma equipa, a Cinco Quinas, que é exclusivamente feminina e junta mulheres de todos os escalões.
“Temos vindo a crescer de dia para dia”, frisou.
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