“As sanções desportivas que daí advierem irão recair sobre o CD Aves e são imprevisíveis. A FIFA não distingue clube e SAD, ainda que sejam pessoas jurídicas distintas. O voleibol, por ser tutelado por outra federação, não é afetada pela existência destes processos”, lê-se em comunicado emitido pela direção de António Freitas.
Em causa estão diversos processos interpostos por antigos jogadores e outros clubes contra a administração do chinês Wei Zhao junto do organismo regulador do futebol mundial, baseados na “falta de pagamentos laborais e de direitos de formação”.
“A primeira decisão data de 30 de março de 2020, quando o clube ficou impossibilitado de inscrever novos atletas nos seus quadros até que a verba reclamada fosse saldada durante três períodos de inscrição (uma época e meia). Seguiram-se mais três processos com a mesma condenação e há inúmeras outras ações em fase de instrução”, indicou.
O elenco de António Freitas apresentou no Tribunal da Comarca de Santo Tirso ações de destituição e despejo dos órgãos sociais da SAD e prepara uma assembleia-geral extraordinária, destinada a esclarecer os associados sobre o futuro do clube, cuja convocatória aguarda pela autorização da Delegação de Saúde de Santo Tirso.
“Hoje é mais um dia negro na história do nosso clube. Esta direção não se poupou a esforços para defender os interesses do CD Aves, mas, infelizmente, o colete de forças que nos vestiram teima em não ceder. Não desistiremos! Estão a ser estudadas todas as soluções jurídicas possíveis que nos permitam manter vivo o nosso clube”, terminou.
A entidade fundadora filiou uma equipa sénior na II Divisão distrital da Associação de Futebol do Porto e tem arranque previsto para 11 de outubro, com a receção ao Pasteleira, enquanto o Aves SAD comunicou na quarta-feira a saída do Campeonato de Portugal, após falhar o acordo com o Perafita para utilizar as instalações do clube de Matosinhos.
A administração de Wei Zhao viu negado o pedido de adiamento do jogo de estreia na Série B do terceiro escalão nacional, tendo a falta de comparência ao terreno do Berço há uma semana resultado numa derrota administrativa por 3-0 e na subtração de três pontos decretada pelo organismo federativo, acrescidos de 510 euros de multa.
O Aves SAD reprovou em julho os requisitos de licenciamento nas provas profissionais de 2020/21 junto da Liga de clubes e dispensou o recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, na sequência de uma temporada assinalada por incumprimentos salariais, rescisões unilaterais e a descida no relvado à II Liga.
A estrutura tem sido acompanhada pelo administrador judicial provisório António Dias Seabra e beneficia de um Processo Especial de Revitalização (PER), que reparte dívidas de 17,1 milhões de euros por 110 credores e viabilizou a presença nos sorteios da fase regular do Campeonato de Portugal e da primeira ronda da Taça de Portugal.
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