Frederico Nuno Faro Varandas é o novo presidente do Sporting Clube de Portugal. O sócio n.º 8.808, inscrito há 37 anos pela mão do seu avô, Mário Varandas, uma das suas grandes referências, seu maior ídolo e o primeiro leão de uma família que acrescenta mais três gerações de sportinguistas (pai, irmão e sobrinhos), é o 43.º presidente da instituição desportiva com sede na Rua Professor Fernando da Fonseca, em Lisboa.

Com três anos começou a dar os primeiros passos no clube, na ginástica. Seguiram-se as primeiras idas ao antigo estádio, que começou a frequentar a partir da época 1982-1983, na bancada central, debaixo dos anéis olímpicos, onde a família Varandas ocupava quatro lugares (avô, pai e irmão, João Pedro, vogal do Conselho Diretivo liderado por Godinho Lopes, para além dele próprio). Ou seja, a entrada no mundo da bola e consequente paixão pelo desporto-rei deu-se com o Sporting campeão em título no futebol. Andou igualmente pela antiga Nave (anterior pavilhão e casa de algumas modalidades) e foi membro da Juventude Leonina.

Depois de anos a fio nas bancadas dos estádios e em pavilhões, depois de sete anos a ocupar o banco de suplentes na qualidade de médico e líder do corpo clínico da equipa profissional de futebol, acumulando com a supervisão das modalidades, Frederico Varandas, 38 anos, sentar-se-á, a partir de agora, numa cadeira de sonho para muitos. Uma cadeira com a qual não sonhou desde pequenino, reconhece publicamente, embora dissociar a sua vida do clube não seja tarefa de fácil explicação, nem de compreensão para os outros.

“Não existe a minha vida sem o Sporting”

“É como se fizesse parte de mim. Como tenho os meus pais, a minha namorada, os meus amigos, tenho o Sporting. Não existe a minha vida sem o Sporting”, confessou numa entrevista ao Jornal Sporting, em junho de 2016.

Assume que não se consegue desligar do clube que tem o leão no emblema. “Quando perco, fico em casa fechado, não falo com ninguém. Nunca consigo desligar a ficha. Essa parte irracional em relação ao Sporting, que é a única na minha vida, mantenho-a. Mas sempre fora da área profissional”, contou nessa mesma entrevista ao jornal do clube.

Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Medicina Militar pela Academia Militar, foi de “bata” que entrou no mundo em que a bola assume protagonismo.

Primeiro no Vitória de Setúbal (onde permaneceu quatro anos) e depois no Sporting, onde entrou pela mão de Godinho Lopes (em 2011), com a tarefa de substituir José Gomes Pereira.

Permaneceu nos corredores de Alvalade e da Academia durante sete anos, cinco dos quais ao lado de Bruno de Carvalho, tendo privado durante esse reinado com três treinadores – Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus –, que não se cansam de tecer elogios públicos sobre si.

Os 11 anos de “cheiro de balneário” são uma mais-valia que carrega e que defendeu durante a campanha eleitoral. “O Sporting não tem tempo para que o seu novo presidente aprenda o que é preciso para ganhar. E qualquer outro candidato levaria pelo menos um par de épocas a integrar-se no futebol”, disse em entrevista à Tribuna. Ou seja, um capital de experiência que defende garantirá aos sócios e adeptos leoninos que terão “um presidente que tem o que é preciso a nível de conhecimento de futebol”, como o próprio refere.

Os Sportings-Benficas que marcaram o capitão do exército que corre e enfrenta ondas

Natural de Lisboa, se os “Sportings-Benficas” de infância, combinados no Liceu Filipa de Lencastre (estabelecimento de ensino que frequentou) e jogados na rua e dos quais nasceram amizades e cumplicidades (integra na sua lista André Bernardo, anterior companheiro de “batalhas” clubísticas no alcatrão) estão bem presentes na sua memória, o famoso “7-1” que os leões infligiram às águias na tarde de 14 de dezembro de 1987 ocupa um lugar especial do álbum de recordações como sendo o jogo mais marcante até à data, informa quem o conhece (bem) de perto.

Apaixonado por desporto e por futebol, não tem uma segunda modalidade favorita. É habitual vê-lo correr na marginal de Oeiras, perto da sua casa, em Caxias e, sempre que pode, pega numa prancha de surf (tem quatro) e enfrenta as ondas, denotando uma preferência pelas ondas nas Maldivas, um local em que gosta de ir surfar e desligar do mundo durante uma semana de férias.

Fã do grupo musical irlandês U2, o livro “Choque de Civilizações e a Reconstrução da Ordem Mundial” de Samuel Huntington (1996) é uma das suas obras de referência, confidencia-nos fonte próxima do novo líder dos leões.

Oficial dos Quadros Permanentes do Exército Português com patente de Capitão, condecorado com a medalha de D. Afonso Henriques por feitos realizados em combate em missão da NATO, na frente de batalha em Kandahar, Afeganistão, as paredes da sua casa são decoradas com essas recordações da carreira militar, acrescentadas com fotografias pessoais e com jogadores, a que se somam camisolas e dedicatórias, ou não lhe fosse reconhecida uma forte ligação ao balneário.

Frederico Varandas é o 43.º presidente do Sporting Clube de Portugal. Durante a campanha deixou expresso, em finais de julho, no Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Beja, um desejo: regressar ao título no futebol.

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