Já que não temos muito que fazer em casa, vamos imaginar num cenário hipotético onde os dirigentes dos clubes brasileiros não pensam só em si mesmos e conseguem entrar em consenso para discutir novos rumos para os campeonatos locais. Esse é um cenário hipotético, pois nem consenso para como fazer a pausa agora conseguiram chegar.
O Brasileirão deveria começar em abril. Provavelmente não vamos ter a bola a rolar até lá e ainda faltam duas jornadas mais as fases finais dos Campeonatos Estaduais um pouco por todo o país. Por isso, alguns jornalistas deram a sugestão que reformular o calendário podia ser uma boa alternativa.
A ideia consiste em adiar o início do Brasileirão para julho ou agosto, aproveitando o adiamento da Copa América, e disputar as fases finais dos Campeonatos Estaduais em maio e junho. Dessa forma, o Brasileirão estenderia-se para 2021, seguindo o calendário europeu. Em 2021, Campeonatos Estaduais, Copa do Brasil e competições sul-americanas prolongar-se-iam durante o ano, intercaladas com o Brasileirão 2020/21 e 2021/22.
Uma outra boa ideia, seria fazer dos Campeonatos Estaduais uma competição como a Taça da Liga em Portugal, onde se incentiva o uso de jovens e reservas, usando até mesmo as datas-FIFA para a sua disputa. Isso daria visibilidade a jovens e novos talentos aparecerem e proporcionaria aos clubes pequenos ter calendário pelo ano todo.
Já circulam entre jornalistas e torcedores diversas boas ideias, diferentes dessas, para a revisão do nosso calendário. Não é uma mudança simples e precisa ser muito bem pensada e equacionada entre todos os stakeholders do futebol brasileiro, mas seria uma boa oportunidade de fazer uma limonada com os limões dados pela quarentena global.
Caso tal não aconteça, vai ser difícil encaixar o que resta dos estaduais nas já poucas datas restantes no Brasil, onde o Brasileirão espreme 38 jornadas em poucos meses e sobrecarregaremos mais uma vez os jogadores em detrimento da qualidade do futebol praticado.
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