Uma operação levada a cabo pela Judiciária, e que decorreu na sequência da Operação Jogo Duplo, fez seis detenções e oito arguidos, com ligações à indústria do futebol, "pela presumível prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva, no âmbito da "lei da corrupção desportiva".

Entre os detidos estarão cinco jogadores da II Liga - segundo o CM, três do quais jogam no Oriental, um outro do Penafiel e outro do Atlético de Viseu - e um membro da claque de apoio ao FC Porto, Super Dragões.

Os futebolistas são suspeitos de terem sido pagos para perder jogos para assim favorecer as apostas online de empresários asiáticos, avança o CM.

No comunicado da PJ pode ler-se que estas detenções dizem respeito "à mesma investigação, que decorre há cerca de um ano e tem como objecto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do “match fixing” de competições oficiais de futebol, traduzido, aqui, em actuações concretas de vários agentes ligados a este desporto".

Nesta segunda fase da Operação Jogo Duplo, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária teve a colaboração da Diretoria do Norte, da Diretoria do Centro e da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo. Mais informa o comunicado que foram realizadas 16 buscas domiciliárias em diversas localidades do país, designadamente, Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde.

Durante a investigação em curso a Polícia Judiciária contou também com a colaboração da EUROPOL e de entidades estrangeiras de monitorização de jogos e a importante cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol.

Os suspeitos detidos esta quarta-feira serão presentes ao Ministério Público para primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

FPF: Portugal não pode ser terreno fértil para ações criminosas associadas ao futebol

Através de um comunicado a Federação Portuguesa de Futebol  diz que “acompanha de forma regular e é conhecedora o trabalho da UNCC, nomeadamente no que diz respeito ao desporto e ao futebol”.

“A FPF reafirma que Portugal não pode ser terreno fértil para comportamentos e ações criminosas associadas ao futebol; A FPF continuará a trabalhar, no limite das suas competências, para um futebol mais limpo e digno de um país campeão europeu”, remata o organismo.

Recorde-se que na primeira fase da operação ‘Jogo Duplo’, realizada em maio de 2016, resultou nas detenções de quatro futebolistas do Oriental (João Pedro, André Almeida, Rafael Veloso e Diego Tavares), outros tantos da Oliveirense (Luís Martins, Pedro Oliveira, Ansumane e Hélder Godinho) e mais dois que alinharam na equipa de Oliveira de Azeméis esta época (Moedas e João Carela), agora no Estarreja.

O presidente da SAD do Leixões, Carlos Oliveira, e o diretor desportivo, Nuno Silva, o ex-futebolista Rui Dolores. ‘Aranha’ e Custódio, dois elementos associados aos SuperDragões, claque do FC Porto, também foram detidos pela Polícia Judiciária.

Os detidos são suspeitos de “manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores”, esclareceu na altura a Procuradoria Geral da República.

No ano passado, a operação ‘Jogo Duplo’ realizou buscas em 30 locais e envolveu mais de 70 inspetores e as detenções aconteceram depois dos jogos da última jornada da II Liga.

[Notícia atualizada às 13:21]