Às 12h30 o árbitro Graham Scott apitava para dar início do Tottenham vs. Southampton, a partida inaugural do 'Boxing Day' e, sem saber, para mais dois capítulos da história fantástica que o jovem Harry Kane promete escrever ao longo da sua carreira.

Aos 22 minutos de jogo, de cabeça, Kane, em resposta a um cruzamento de livre de Christian Eriksen, deu uma cabeçada no recorde de 22 anos de Alan Shearer ao fazer o seu 37º golo a contar para a Premier League, entre janeiro e dezembro de 2017, tornando-se no jogador a marcar mais golos num ano na Liga inglesa de futebol.

Mas uma marca num dia era pouco e, aos 39 minutos, na sequência de um cruzamento rasteiro de Son Heung-min, o internacional inglês bisou na partida e tornou-se no maior goleador do Mundo em 2017 com 55 golos em todas as competições, superando Lionel Messi que até ao início da partida desta terça-feira em Londres liderava o mesmo top.

Mas o jogo de hoje corria de feição aos spurs e mesmo sabendo que Messi não joga mais este ano civil, Kane marcou mais um golo, na segunda parte — um tento à ponta-de-lança, de frente para a baliza e ladeado por um defesa — aumentando a contagem anual para 56 e não dando margem para tréguas ao argentino.

É a primeira vez que esta década um jogador se intromete num lugar que tem sido ocupado, nos últimos 7 anos por Cristiano Ronaldo (2011, 2013, 2014 e 2015) e Lionel Messi (2010, 2012 e 2016). Em 2017, Kane consegue o feito não só de 'ultrapassar' o astro argentino, depois de a apenas duas jornadas estar a 4 golos de distância deste, como também o consegue com menos 14 partidas disputadas que o craque do Barcelona.

Kane, "um tesouro nacional"

Nascido e criado em Londres, Harry Kane por ali se formou na academia dos spurs e seria ali que haveria de vingar. Os consequentes empréstimos — Millwall, Leyton Orient, Norwich e Leicester City — não foram fator de desmotivação, mas sim de crescimento. Em 2013/14, voltou ao Tottenham para ficar. Fez quatro golos e aos 21 anos assumiu a titularidade no histórico clube de Londres.

Nas três épocas seguintes somou uma média superior a trinta golos. O menino tinha-se feito homem, e em 2017 fez-se princípe.

No ano que em que Harry anunciou o seu casamento, também em Londres, Harry, o Kane, — aquele que Michael Owen classificou de "tesouro nacional" casou-se com a elite do futebol mundial; desta feita, um compromisso que parece ser para ficar. Porque há um momento em que um jogador passa de promessa a craque. E, hoje, em Wembley, casa emprestada dos spurs — enquanto o novo estádio está em construção —, deu-se a cerimónia, mas ao longo do ano foram-se firmando os votos com o inglês a galgar nos tops de melhores do mundo (foi 10º na edição deste ano da Bola de Ouro).

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