“O jogo que nunca se devia jogar: vergonha mundial em Portugal”, lê-se na página de abertura do sítio do jornal espanhol Marca, com uma imagem dos instantes iniciais da partida, em que as ‘águias’ deram o pontapé de saída no Estádio Nacional, em Oeiras.
Igual retrato elegeu o diário As para lembrar o “insólito” de os anfitriões terem iniciado o duelo da 12.ª jornada da I Liga com “nove jogadores, dois deles guarda-redes e apenas um da equipa principal”, após um surto de covid-19 e 17 testes positivos no plantel.
O também espanhol Mundo Deportivo escreve “Vergonha! Belenenses SAD obrigado a jogar com nove contra o Benfica”, num jogo que recomeçou com sete após o intervalo, tendo a lesão de João Monteiro antecipado o fim, quando os visitantes venciam por 7-0.
Em França, o jornal L’Équipe questiona como é que a partida decorreu numa “noite tão triste quanto incompreensível”, enquanto a estação televisiva inglesa Sky Sports lembra que os “lutadores” pupilos de Filipe Cândido “foram forçados a nomear uma equipa”.
A expressão “farsa” é partilhada por outros dois jornais britânicos, com o Guardian a resumir as incidências de um “início caótico” do jogo e o Daily Mail a sublinhar o quão “constrangido” ficou o Belenenses SAD ao “ser forçado a alinhar com nove homens”.
O duelo interrompido por “cenas extraordinárias” preencheu ainda manchetes em Itália, com a Gazzetta dello Sport a vincar uma situação “tumultuosa”, e no Brasil, onde o Globo Esporte contextualizou a goleada do Benfica a um opositor com “guarda-redes na linha [como jogador de campo]”.
“Os dias que antecederam o jogo foram de bastidores agitados. Pelo menos 11 jogadores do Belenenses SAD foram diagnosticados com o novo coronavírus. Segundo a imprensa portuguesa, a direção do clube não pediu o adiamento e a Liga manteve o jogo”, conta.
Aquando da final antecipado, o Benfica, que subiu provisoriamente ao topo da I Liga, com 31 pontos, vencia por 7-0 o Belenenses SAD, 16.º, com oito, graças a um autogolo do brasileiro Eduardo Kau (primeiro minuto) e aos tentos do suíço Seferovic (14 e 39, de grande penalidade), do alemão Weigl (27) e do uruguaio Darwin Núñez (32, 34 e 45).
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