A intervenção cirúrgica teve lugar na quinta-feira, em Lisboa, e “já estava planeada para se seguir aos Jogos Olímpicos”, nos quais foi quinto classificado e onde chegou, garante, “sem limitações”, devido a um trabalho com o médico Pedro Simas.

“A situação foi diagnosticada antes dos Jogos. Tinha uma rotura na anca direita, e com parecer médico, da Federação Portuguesa de Atletismo e outro médico indicado, disseram-me que teria de ser operado se quisesse continuar a ser atleta”, explica à Lusa.

Dada a rotura no labrum, que levou “vários meses a diagnosticar”, teve dificuldades nos treinos, que agora foram “corrigidas”, levando a um período de “recuperação, por três a quatro meses”.

“Até agora”, diz, sente que a cirurgia foi bem-sucedida, mas é após “um longo processo de recuperação para regressar aos treinos e, depois, às provas” que as contas finais se fazem.

O vice-campeão mundial nos 50 kms comenta que encara a cirurgia como “mais uma competição”, agradecendo a quem o apoiou e procurando ainda, depois da recuperação, poder trazer “mais êxitos para o país”.

“Já estou com o pensamento em Paris2024. Vai depender das provas que acontecerem, dada a saída dos 50 km [do programa olímpico]. Ainda estou à espera de saber qual será a maior distância nos Jogos”, frisa.

Se participar no evento da capital francesa, daqui a três anos, somará uma sétima presença olímpica, o que apenas João Rodrigues, na vela, conseguiu na história portuguesa.

Em Tóquio2020, o atleta de Rio Maior conquistou o seu primeiro diploma na sexta presença, ao terminar os 50 quilómetros marcha no quinto lugar, na sua mais bem-sucedida participação olímpica.

A estreia ocorreu em Sydney2000, onde João Vieira não chegou a alinhar na prova dos 20 quilómetros marcha, devido a uma doença já contraída na Austrália, e, depois, nunca mais falhou nenhuma edição do maior evento desportivo do mundo.

João Vieira investiu nos 20 quilómetros em Atenas2004 e Pequim2008, com os 10.º e 32.º lugares, seguindo-se duas participações com tentativas em duas frentes, nos 20, que concluiu sempre, e nos 50, que, até à edição disputada em 2021, nunca tinha terminado.

O marchador consumou a consagração internacional na despedida olímpica da distância mais longa do programa de atletismo, já ‘quarentão’, com o quinto posto depois de ter sido vice-campeão mundial em 2019.