Na casa do Judo, num pavilhão talismã (Nippon Budokan). Jorge Fonseca é medalha de bronze, a primeira medalha de Portugal nestes jogos de Tóquio2020. Ao 6º dia do judo, a bandeira portuguesa subirá ao pódio.
Depois de dois títulos mundiais, os primeiros da história do judo português, e uma medalha de bronze em Europeus, o atleta do Sporting, que no Rio2016 tinha sido 17.º, garantiu a sua primeira medalha olímpica, ao pontuar por waza-ari a 39 segundos do fim frente ao canadiano Shady Elnahas.
Portugal passou a contar quatro medalhas de ouro, oito de prata e 13 de bronze, três das quais no judo, por Telma Monteiro (-57 kg) no Rio2016, e Nuno Delgado (-81 kg) em Sydney2000, e, agora, Jorge Fonseca em Tóquio.
“Foi saboroso [o bronze], mas não estou feliz, queria mais. Trabalhei para o ouro. Era o meu grande objetivo e trabalhei bastante", confessou à RTP no final do combate.
Ainda no rescaldo da prova, o atleta assumiu que as dores que sentiu no terceiro combate, com sul coreano Cho Guham, foram fruto de cãibras. "Estava nervoso, quando fico nervoso tenho cãibras e os braços começam a bloquear", explicou.
E a quem dedica a medalha? À mãe, mas também à Adidas e à Puma, duas multinacionais de equipamentos desportivos. "Porque me disseram que não tinha capacidade para ser representado por eles. Sou bicampeão do mundo e agora terceiro nos Jogos Olímpicos. Que estatuto preciso mais?".
Agora é trabalhar. "Tenho três anos, vou trabalhar para conquistar o ouro em Paris", atirou.
A conquista de hoje faz com que reclame para si o estatuto de melhor judoca português, mas Jorge Fonseca já disse que não se contenta com o resultado de hoje. “Quero ser o melhor de todos os tempos no desporto nacional”, disse no final, ainda junto ao tatami do Nippon Budokan.
Com oito judocas portugueses em Tóquio2020, a maior delegação de sempre, a par de Barcelona92, Jorge Fonseca chega à medalha ao sexto dia da competição individual, ficando a faltar a entrada em competição de Rochele Nunes (+78 kg), na sexta-feira.
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