O FC Barcelona nunca teve “intenção de distorcer a competição”, afirmou Joan Laporta, numa conferência de imprensa em que abordou um caso de alegados pagamentos a um antigo árbitro.

Laporta referiu que “o clube não tinha capacidade para nomear árbitros”, pelo que “não podia modificar os resultados desportivos”.

Em março, o FC Barcelona, vários seus ex-dirigentes e o ex-responsável da arbitragem José Negreira foram indiciados por corrupção, abuso de confiança e registos comerciais falsos, num caso de pagamentos avultados ao antigo árbitro de futebol.

O Ministério Público apresentou uma denúncia formal no Tribunal de Instrução número 1 de Barcelona contra o clube, enquanto pessoa jurídica, bem como contra os seus antigos presidentes, nomeadamente Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell.

O caso surgiu na sequência de investigações que o Ministério Público de Barcelona iniciou há cerca de um ano e que dão conta de que o antigo responsável da arbitragem espanhola recebeu, através de uma empresa, quase sete milhões de euros por suposta assessoria, verbal, ao clube, entre 2001 e 2018.

Este caso, no qual o clube catalão é associado ao crime de corrupção em negócios de forma continuada, foi apenso a um outro, resultante de uma denúncia apresentada nas últimas semanas pelo antigo árbitro e atual videoárbitro Estrada Fernández contra Negreira e a empresa Dasnil 95, por corrupção desportiva.

Supostas irregularidades fiscais cometidas pela empresa de Negreira expuseram, em maio de 2022, os pagamentos recebidos pelo antigo vice-presidente da Comissão Técnica de Árbitros.

De acordo com a justiça espanhola, o Barcelona “manteve um acordo verbal estritamente confidencial” com José Negreira, de forma a que este, “a troco de dinheiro, realizasse ações tendentes a favorecer o Barcelona na tomada de decisões dos árbitros” nos seus desafios.