De acordo com o relatório do exercício enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Benfica SAD apresentou na época de 2017/2018 o “seu segundo melhor resultado [líquido] de sempre”, só ultrapassado pelo valor atingido na época anterior (44,54 milhões de euros).
O resultado operacional, no período em análise, foi de 32,4 milhões de euros, o que “continua a ser um indicador positivo do desempenho operacional da Benfica SAD”, lê-se no relatório.
Já o resultado com as transações de direitos de atletas atingiu os 63,8 milhões de euros na época de 2017/18, sendo de realçar os ganhos obtidos com as transferências dos jogadores Nélson Semedo, Mitroglou e João Carvalho.
O resultado financeiro foi negativo em 11,5 milhões de euros, correspondendo a uma melhoria de 34,2% face ao período homólogo, sendo a variação justificada sobretudo pela redução do passivo bancário do grupo.
Os rendimentos totais ascenderam a 206,2 milhões de euros, menos 18,7% na comparação com o exercício transato, no qual foram obtidos “os melhores resultados de sempre da Benfica SAD”.
“Este decréscimo é principalmente explicado pela diminuição dos rendimentos com as transações de direitos de atletas, que ascendem a 77,7 milhões de euros, sendo ainda de realçar que a Benfica SAD continua a apresentar rendimentos totais superiores à fasquia dos 200 milhões de euros, em linha com o sucedido nos últimos três exercícios”, realça o relatório.
Na época de 2017/2018, a Benfica SAD tinha um ativo 485,1 milhões de euros, inferior em 4,1% face ao período homólogo do exercício anterior, o que é justificado principalmente pelas reduções observadas nas rubricas de ativos intangíveis (plantel de futebol e de clientes e outros devedores).
Quanto ao passivo da Benfica SAD este diminuiu em 40,1 milhões de euros no decorrer do exercício de 2017/2018, para 398,3 milhões de euros no final do período em análise.
A redução do passivo explica-se sobretudo pela diminuição de 110,4 milhões de euros nas rubricas de empréstimos obtidos, face à redução do passivo bancário que ocorreu no decurso deste exercício, sendo de destacar o reembolso antecipado voluntário do ProjectFinance do Estádio, a liquidação total do Programa de Papel Comercial e a não utilização da linha de crédito disponível junto do Novo Banco.
Adicionalmente, observou-se uma diminuição de 21,7 milhões de euros nas rubricas de fornecedores e outros credores.
No conjunto, estas variações foram parcialmente compensadas pelo aumento das rubricas de outros passivos, face à cedência parcial e sem recurso de créditos futuros relativos ao contrato de exploração dos direitos de transmissão televisiva celebrado com a operadora NOS, cujo proveito, segundo o relatório, “irá ser reconhecido em exercícios futuros”.
O capital próprio da Benfica SAD ultrapassou os 86,8 milhões de euros, atingindo o valor mais alto de sempre desde a constituição da sociedade.
Durante o exercício de 2017/2018, o capital próprio melhorou em 19,1 milhões de euros, o que correspondeu ao quinto exercício consecutivo em que a situação líquida apresentou uma variação positiva.
De realçar ainda que, no decurso dos últimos cinco anos, o valor acumulado da recuperação do capital próprio da Benfica SAD já ultrapassou os 110,6 milhões de euros.
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