O adiamento dos Jogos foi benéfico para a preparação ou foi mais um momento de ansiedade?

Ambas as coisas. Ao longo deste ano tive oportunidade de apurar a minha forma, por outro lado causou alguma ansiedade perante a incerteza de acontecerem ou não os Jogos.

Ao longo deste ciclo paralímpico, quando é que pensou: este é momento do “tudo ou nada”?

Tento não pensar nisso. Com a idade que tenho penso sempre que estes serão os últimos Jogos, mas depois sinto-me tão bem que não vou para esse lado do "tudo ou nada". Acho que tenho mais para dar.

BI Paralímpico

Luís Costa

Modalidade: Ciclismo

Prova: Contrarrelógio e prova em linha H5

Idade: 48 anos

Naturalidade: Castro Verde

Clube: Individual

Treinador: José Marques

Participações: Luís Costa, que chegou ao Rio de Janeiro (2016) como líder da classificação mundial de H5, categoria destinada a atletas que competem em handbikes, foi oitavo em ambas as finais nas quais participou: estrada e contrarrelógio.

Factos & Curiosidades: O Inspetor da Polícia Judiciária e ex-paraquedista parte para Tóquio com o título de vice-campeão europeu no contrarrelógio.

Luís Costa perdeu uma perna no dia em que cumpriu 30 anos, depois de um acidente de viação (2003). Viu no ex-piloto Alessandro Zanardi um ídolo e enveredou pelo paraciclismo. "Olhava para o Zanardi e pensava que também podia fazer aquilo, hoje em dia é meu adversário", contou ao Jornal de Notícias.

O ex-atleta do Sporting compete desde 2013 e soma já um palmarés invejável, onde se incluí uma medalha de bronze num campeonato do mundo (2017).

Além de Luís Costa, o paracilismo nacional conta também com a participação de Telmo Pinão (C2) em Tóquio.

Qual o pior momento na preparação?

Foi recente, em junho, quando fracturei duas costelas.

Qual a maior dificuldade que espera encontrar em Tóquio?

Será a temperatura, se for alta, e a humidade. Nunca sabemos como é que o nosso corpo vai reagir a essa diferença.

Qual a coisa mais inusitada que leva na bagagem para o Japão?

Não trago nada de estranho.

Quais são os objetivos em termos de resultados/marcas?

Entrar no top5 seria um bom resultado para mim.

Que memória tem dos primeiros Jogos que assistiu?

A vitória do Carlos Lopes na maratona é a primeira memória. Algo fenomenal porque nunca pensei vir a estar nuns Jogos.

Nos Paralímpicos, a primeira memória é dos Jogos de Londres (2012). Com a vitória do [Alessandro] Zanardi na minha classe (H5).

Quem é o melhor atleta paralímpico de sempre na sua modalidade?

É um pouco difícil de responder. O Johan Reekers, que não estará nestes Jogos, conta já com nove participações em várias modalidades, inclusive na minha. Merece muito respeito. Por outro lado, o nome do Alessandro Zanardi é incontornável — pelo número de vitórias e pelas grandes prestações. Mas também é do Ernst van Dyk, o atual detentor do título paralímpico (H5).

Se ganhar uma medalha, a quem a vai dedicar?

Ao meu pai, que faleceu este ano.

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O adiamento, o "tudo ou nada" e os principais objetivos. Rumo aos Jogos Paralímpicos, que se realizam de 24 de agosto a 5 de setembro, desafiámos alguns dos atletas lusos a responder a um Questionário Paralímpico. Portugal estará representado em Tóquio por 33 atletas. Acompanhe todas as notícias, destaques e resultados no SAPO24

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