A notícia foi conhecida esta tarde de domingo na sequência de um inquérito instaurado para apurar as causas de morte do astro argentino.

O médico é suspeito de ter deixado de acompanhar Maradona em permanência depois deste ter tido alta do hospital onde foi operado a um coágulo no cérebro, de acordo com a SIC Notícias.

Segundo as suspeitas, Leopoldo Luque ter-se-á limitado a prescrever o tratamento por telefone apenas aos enfermeiros.

As buscas foram ordenadas após declarações prestadas no sábado por familiares diretos de ‘El Pibe’, que, no início deste mês, deu entrada num hospital de Buenos Aires, anémico, desidratado e deprimido, e acabou por ser operado, com sucesso, a um hematoma subdural, que tinha sido detetado durante um exame de rotina.

Desde que recebeu alta do hospital, em 11 de novembro, Maradona esteve a residir na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires, onde acabou por morrer na quarta-feira, após sofrer uma paragem cardíaca.

Os representantes legais da família e do próprio Maradona revelaram à EFE que a "investigação às causas da morte" do antigo jogador pretende esclarecer que tipo de tratamento médico recebeu desde a operação até ao dia da morte e quais os medicamentos que lhe estavam a ser administrados.

Os advogados da família querem igualmente que as autoridades investiguem a suposta visita do médico Leopoldo Luque à residência de Maradona, em 19 de novembro, durante a qual ambos acabaram por discutir, segundo testemunhos que foram fornecidos aos causídicos.

Ainda de acordo com as mesmas testemunhas, desde esse dia, o médico não voltou a deslocar-se ao domicílio de Maradona para lhe prestar cuidados médicos, o que poderá configurar um eventual crime, segundo os advogados.

Na sexta-feira, a justiça argentina já tinha aberto um inquérito para determinar se houve negligência na morte de Diego Maradona, ainda que fonte judicial tenha excluído nessa altura “suspeitas de irregularidades”.

O agente e advogado Matías Morla, que tornou pública na quarta-feira a morte de Maradona, denunciou que o ex-futebolista internacional argentino não recebeu assistência médica adequada e disse que iria exigir uma “investigação até às últimas consequências”.

A carreira de futebolista, de 1976 a 1997, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA vencidos ao serviço dos italianos do Nápoles.

O Presidente argentino, Alberto Fernández, decretou três dias de luto nacional pela morte de Maradona, cujo velório e funeral, marcados por alguns tumultos, se realizaram na quinta-feira, em Buenos Aires.

De acordo com as fontes oficiais, esta ação não envolve uma convocação para depor ou medida restritiva da liberdade, mas a notificação de abertura de inquérito sobre a eventual prática do referido crime.

"A investigação e a verificação das provas continuam, com alguns testemunhos, inclusive de parentes diretos", informou através de uma nota o Procurador-Geral de San Isidro, de Buenos Aires.

* Com agências 

(Notícia atualizada às 18:20)