Em Doha, o português de origem cubana foi quarto com 17,62 metros, um salto de grande qualidade, que daria para medalha na maioria das edições já disputadas - só que hoje houve mesmo três melhores do que ele.
Nunca um quarto classificado em Mundiais saltara tanto, o que dá mais valor ao pódio, composto pelo agora tetracampeão Christian Taylor dos Estados Unidos (17,92), por Will Claye, também dos Estados Unidos (17,74) e pelo surpreendente Hughes Fabrice Zango, do Burkina Faso, novo recordista africano com 17,66.
Pichardo tinha como melhor esta época 17,53 e fora há dois dias o melhor nas qualificações, mas terá de continuar com duas pratas no palmarés, ainda como atleta cubano, em 2013 e 2015.
Abriu o concurso com 17,49, na frente, mas depois teve problemas em conseguir francamente mais, enquanto os norte-americanos Clay e Taylor se instalavam confortavelmente na frente do concurso.
Taylor ainda passou por problemas, com dois nulos iniciais, só que depois avançou para muito perto dos 18 metros, a confirmar que continua a ser um atleta para as grandes ocasiões.
Pichardo caiu para terceiro e depois tudo piorou quando Zango o passou no último salto, com o português a 'não saber responder' e ficar no seu último ensaio pelos 17,00 metros.
"No último salto a minha cabeça continuava forte e focada", disse o atleta, que afirma estar "muito desiludido" com a sua primeira classificação fora do pódio. Mas o salto não saiu "como estava à espera".
Reconheceu problemas técnicos, como a passada do pé esquerdo "demasiado lenta", mas ainda não falou com o treinador (o pai, Jorge Pichardo), "para ver o que ele diz".
"É o meu pior resultado de sempre, não posso ficar nada feliz. Agora, tenho de trabalhar muito, muito, para chegar aos Jogos Olímpicos em boa forma e ali tentar fazer um bom resultado", acrescentou o atleta, que já esperava uma boa competição: "eu e o meu pai estivemos a falar e dissemos que ia ser uma boa competição, sobretudo estávamos a contar com os norte-americanos, que tinham uma temporada muito forte".
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