Em Água D’Alto, freguesia de Vila Franca do Campo, e a menos de cinco minutos de várias praias, a Lagoinha começou por ser uma mercearia - décadas mais tarde, é um dos espaços mais emblemáticos para quem gosta de beber uma cerveja fresca, viva, nos Açores.
"A cerveja é boa porque a higiene é sempre bem feita e com regularidade, o copo está sempre seco e com a pressão correta. E o padre benze a cerveja", diz Nuno Correia, um dos responsáveis do espaço, neto de João Bento Correia, fundador numa altura em que não havia cerveja, mas sim fruta, tomates e alfaces.
Com presença ativas nas redes sociais (Facebook e Instagram), a cervejaria "tem sido reconhecida nos últimos 15 anos" não só por estrangeiros, mas também por portugueses, considerando Nuno Correia que "é importante receber bem os turistas, ter um ambiente acolhedor e familiar, em que os clientes habituais acolhem bem os que chegam pela primeira vez".
Na tarde em que a reportagem da agência Lusa visitou a Lagoinha - espaço sem mesas, apenas um balcão, duas salas, duas televisões, quase sempre ligadas no futebol -, a clientela era constituída inicialmente apenas por locais, mas com o arranque do jogo entre Brasil e Sérvia, para o Mundial de futebol, e com o horário pós-laboral em força, a casa encheu e não só de clientes habituais.
Apesar de o estabelecimento não ter sinalização exterior, só lá chegando quem sabe ao que vai, Nuno Correia afirma que tal "torna engraçada a descoberta do sítio", mesmo que no futuro a situação possa ser alterada.
Plataformas como o TripAdvisor ou artigos em revistas da especialidade são normalmente os motivos pelos quais as pessoas procuram a Lagoinha: "Fora isso é tudo através do boca a boca", reconhece Nuno.
A típica imperial - ou fino, consoante o gosto - aumentou de preço em janeiro "não por causa do turismo, mas devido ao imposto do álcool e às alterações de fábrica", diz Nuno. Um copo de cerveja gelada custa agora 65 cêntimos, um aumento de dez cêntimos face ao preço anterior.
"Acompanhada de tremoços, é perfeita para uma tarde de sol", diz Nuno. Ao lado da cervejaria, as escadas que levam à igreja são normalmente espaço de assento para várias dezenas de clientes e amigos.
O nome Lagoinha, explica Nuno Correia, vem de uma "história engraçada" com várias décadas: o "senhor Matos", diz, fugia de "um vendedor muito ciumento de um outro bar" e dizia que "vinha só à Lagoinha", ainda o espaço não tinha nome.
"Acabou por ficar esse nome", confidencia o atual dono, que partilha a gestão do espaço com o pai, Luís Correia, filho do fundador João Bento Correia.
O Mundial de futebol acaba em 15 de julho, mas a Lagoinha ali continuará, a servir imperiais, tremoços e pouco mais, mas sempre procurando acolher todos da melhor forma.
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