Numa última ronda sul-americana que qualificou ainda Uruguai e Colômbia, atirou o Peru para o ‘play-off’ e eliminou Chile e Paraguai, os argentinos estavam obrigados a ganhar frente ao Equador e começaram, praticamente, a perder, pois Romario Ibarra demorou apenas 38 segundos a adiantar os locais.
Lá bem no alto, nos 2.850 metros de Quito, Messi veio, porém, em socorro da Argentina e virou o resultado, com um toque de classe após tabela com Di Maria, aos 12 minutos, e um violento tiro de pé esquerdo, depois de roubar a bola a Dario Aimar, aos 20.
Em vantagem, os comandados de Jorge Sampaoli tranquilizaram e passaram a controlar os acontecimentos, mas só ganharam alguma folga aos 62 minutos, quando Messi voltou a ‘esfregar a lâmpada’ e, com um belo ‘chapéu’ a Banguera, selou o 3-1 final.
O craque de Rosário somou, assim, o quinto ‘hat-trick’ pela Argentina, mas apenas o primeiro em eliminatórias para o Mundial, sendo que passou a contar 61 golos, em 122 jogos pela seleção: com ele, na qualificação, o conjunto ‘albi-celeste’ somou 21 pontos, em 10 jogos. Sem ele, apenas sete, em oito encontros.
Na formação argentina, que partiu para a última ronda do sexto lugar, foram titulares o benfiquista Salvio (saiu aos 90 minutos) e o sportinguista Acuña e alinharam de início os ex-benfiquistas Di Maria e Enzo Pérez e o ex-portista Otamendi.
"Tememos ficar fora”
Lionel Messi mostrou-se muito satisfeito pelo apuramento da Argentina, mas admitiu que chegou a temer ficar de fora. “Estamos tranquilos, pois conseguimos o nosso objetivo, que é o mais importante”, disse o jogador do FC Barcelona, depois de apontar o seu primeiro ‘hat-trick’ nas eliminatórias, e quinto na seleção, com golos aos 12, 20 e 62 minutos.
Messi reconheceu, no entanto, que “não foi fácil” entrar para a última ronda no sexto lugar: “Fomo-nos metendo nesta situação e passaram-nos um monte de coisas pela cabeça. Tememos ficar fora”. “Pouco tempo depois de arrancar o jogo, sofremos um golo, mas isso fez-nos reagir. Havia o medo de jogar aqui, pelo que significava a altitude (2.850 metros), mas, por sorte, demos a volta rapidamente e controlámos bem o jogo”, disse.
O ‘10’ argentino deixou claro que “todos querem que a seleção esteja bem” e prometeu “dar o melhor no Mundial e tratar de conseguir ganhá-lo”. “Foi injusto o que se passou no Mundial (de 2014) e nas duas últimas edições da Copa Américas (2015 e 2016). Merecíamos ter ganhado as três finais. Oxalá, possamos ter nova oportunidade. Para já, temos de preparar-nos bem e pensar em melhorar”, frisou.
Antes de começar a preparar a prova marcada para a Rússia, de 14 de junho a 15 de julho de 2018, ainda há que festejar o apuramento: “Teria sido uma loucura a Argentina ficar fora do Mundial. Este grupo mereceu isto, pelo que lutou”. “Há muito que se discute a qualidade deste grupo, apesar de termos jogado três finais. Era um dia especial, sobretudo para quem está há muito tempo neste grupo”, finalizou.
Quanto ao selecionador argentino, Jorge Sampaoli, afirmou no final do encontro que Lionel Messi é o melhor jogador da história do futebol. “Messi não deve um Mundial à Argentina, o futebol é que deve um Mundial ao Messi. É o melhor jogador da história. Era muito ilógico que o torneio mais importante do Mundo não o tivesse”, disse o técnico argentino, na conferência de imprensa.
Sampaoli contou que todos queriam levar Lionel Messi ao Mundial: “Na palestra antes do encontro, dissemos que todos tínhamos que levar o Leo ao Mundial”. “Fortalecemo-nos como grupo para lograr que ele se libertasse e pudesse mostrar tudo o que mostrou”, disse o selecionador argentino, após o seu primeiro triunfo nas eliminatórias, depois de empates com Uruguai, Venezuela e Peru.
Uruguai venceu Bolívia por 4-2 e garantiu apuramento
Os argentinos, campeões em 1978 e 1986, garantiram a 17.ª presença e 12.ª consecutiva com o terceiro posto, com 28 pontos, a três do Uruguai, que, como se esperava, selou o apuramento, em segundo, ao bater em casa a Bolívia por 4-2, num embate em que foram os seus jogadores a apontar os seis golos.
Gaston Silva, a abrir, aos 24 minutos, e Diego Godín, a fechar, aos 79, marcaram na própria baliza, mas, pelo meio, Martin Caceres, aos 39, Edinson Cavani, aos 42, e Luis Suárez, aos 60 e 76, acertaram no sítio certo e qualificaram a ‘celeste’.
Na formação uruguaia, que estará no Mundial, que venceu em 1930 e 1950, pela 13.ª vez e terceira seguida, o portista Maxi Pereira entrou aos 77 minutos e o ‘leão’ Coates não saiu do banco.
A outra vaga em aberto para a fase final, foi conquistada pela Colômbia (sexta presença na fase final e segunda consecutiva, depois do quinto posto em 2014), que empatou 1-1 no Peru, onde se adiantou aos 56 minutos, com um tento de James Rodriguez.
Os peruanos acabaram por chegar à igualdade, aos 74 minutos, por Paolo Guerrero e também festejaram, já que o quinto posto permite-lhes jogar um ‘play-off’ intercontinental, face à Nova Zelândia, vencedora da qualificação na Oceânia.
A formação de Ricardo Gareca somou os mesmos 26 pontos do Chile, mas ficou à frente dos bicampeões sul-americanos em título, que foram sextos, na diferença de golos (27-26 contra 26-27).
A ‘culpa’ foi do há muito apurado Brasil, que recebeu e bateu os chilenos por 3-0, com um golo do ‘catalão’ Paulinho, aos 55 minutos, e dois do ‘miúdo’ Gabriel Jesus, aos 57 e 90+3. Na ‘era’ Tite, os ‘canarinhos’ somaram oito triunfos e dois empates.
No sétimo posto, ficou o Paraguai, que garantiria o ‘play-off’ com uma vitória, mas não foi capaz de marcar na receção à Venezuela e ainda acabou derrotado, por culpa de tento de Yangel Herrera, aos 84 minutos. Os venezuelanos não tinham ganho fora.
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