“Não quero nada do Marselha, nem dinheiro. Só quero ir-me embora”, afirmou o técnico português, em conferência de imprensa, garantindo que aguarda uma resposta da direção, com a qual admitiu ter tido um desentendimento na ‘janela de transferências’, cujo período terminou na segunda-feira.

Villas-Boas, que chegou ao clube francês no início da temporada 2019/20 disse ser contra a chegada do médio francês Olivier Ntacham, emprestado pelos escoceses do Celtic, e admitiu ter sabido "em cima da hora" da saída do extremo Nemanja Radonjic para o Hertha Berlim.

“O meu profissionalismo foi tocado e isso não posso aceitar”, afirmou o treinador, que na sexta-feira admitiu a possibilidade de deixar o clube no final da época, garantindo, no entanto, que está disposto a continuar até que a direção aceite o seu pedido.

O técnico afirmou respeitar o contrato ao qual está vinculado e disse estar “totalmente focado” no encontro com o Lens, da 23.ª jornada da liga francesa, agendado para quarta-feira.

O Marselha vive uma situação desportiva complicada, com três derrotas consecutivas na liga francesa, ocupando a nona posição da tabela, a 16 pontos do líder Lille, embora com dois jogos a menos.

No sábado, dezenas de adeptos, 25 dos quais acabaram detidos, invadiram o centro de treinos do clube, para protestar contra a direção do clube, designadamente o presidente Jacques-Henri Eyraud.

O jornal La Provence, que publicou um vídeo com uma árvore a arder à porta do complexo, descreve uma cena com vários artefactos pirotécnicos acionados ou arremessados, com o L'Équipe a explicar que a invasão foi premeditada.

A invasão da ‘commanderie', nome dado ao centro de treinos dos marselheses, levou a que a Liga francesa de futebol adiasse a receção ao Rennes, agendada para esse dia.