“O que me chocou foi o tom extremo de ódio, abuso e até mesmo as ameaças de morte que recebi”, disse, em longo comunicado, depois de estar inativo nas redes sociais desde o fim do campeonato que consagrou Max Verstappen.

O despiste de Latifi, sozinho, a cinco voltas do fim motivou a entrada do safety car na pista, o que ajudou Max Verstappen a aproximar-se de Lewis Hamilton, que estava quase 12 segundos à frente, e a quem acabou por ultrapassar, na última volta, beneficiando de pneus novos, ao contrário do seu rival que, com vantagem confortável, tinha optado por não ir à box.

“As pessoas podem dar a sua opinião, mas não para alimentar o ódio, o abuso e as ameaças de violência, não apenas contra mim, mas também contra as pessoas mais próximas de mim. Essas pessoas não são verdadeiras fãs do desporto”, criticou.

O piloto de 26 anos diz que ainda está a tentar encontrar “a melhor forma” de lidar com a situação, alertando para os efeitos nefastos do “bullying online”.

Latifi garante que o único pedido de desculpas devido pelo seu despiste é à própria equipa Williams, algo que fez mal terminou a prova.

“Sobre o que aconteceu durante a corrida, havia só um grupo de pessoas com quem precisava desculpar-me, que era a minha equipa. Fiz isso de imediato. Tudo o que se seguiu, está fora do meu controlo”, deplorou.

Em desabafo, assumiu que ter apagado o Instagram e Twitter do seu telemóvel por alguns dias “diz tudo o que é preciso saber sobre o quão cruel o mundo online pode ser”.

À entrada para a última prova, Max Verstappen e Lewis Hamilton estavam igualados em número de pontos, pelo que venceria o campeonato quem obtivesse a melhor classificação.

O piloto dos Países Baixos conquistou o seu primeiro título, enquanto o britânico falhou o oitavo, que o tornaria, isolado, no mais bem-sucedido de sempre.