O juiz Anthony Kelly leu esta manhã a decisão do Tribunal Federal de Melbourne, de revogar o cancelamento do visto de entrada de Novak Djokovic e de permitir a sua saída do centro de detenção onde se encontrava, com o seu passaporte e artigos pessoais restituídos, no espaço de 30 minutos.

O governo australiano vai ainda ter de proceder ao pagamento das despesas legais de Djokovic, que poderá assim disputar o Open da Austrália, adianta o jornal britânico The Guardian.

A decisão terá sido conseguida por mútuo acordo entre os advogados de Djokovic e o governo australiano, concedeu não ter dado tempo suficiente ao tenista para responder legalmente depois de notificá-lo da intenção de cancelar o seu visto.

No entanto, isto não significa que o sérvio está livre deste imbróglio legal. O ministro da imigração australiano, Alex Hawke, pode ainda decidir se cancela o visto a Djokovic com base em outros propósitos. Se tal acontecer, o tenista pode ser banido da Austrália até três anos.

Antes desta decisão, Anthony Kelly tinha prorrogado a ordem do tribunal que impedia a deportação de Djokovic enquanto se aguardava a conclusão da audiência.

Durante a audiência virtual foi tornado público que o Juiz Kelly autorizou Djokovic a deixar o hotel onde está a ser retido para seguir o processo a partir de um local não revelado.

O tenista, número um mundial, aterrou no aeroporto de Melbourne na quarta-feira à noite para participar no Open da Austrália, que decorre de 17 a 30 de janeiro.

Após a chegada, as autoridades de imigração revogaram o visto por alegadamente não ter cumprido os requisitos de entrada que procuram prevenir a propagação da covid-19 no país, apesar de uma isenção que lhe permitia entrar no país sem vacinação.

A defesa de Djokovic alega que o jogador de ténis recebeu uma avaliação por correio eletrónico do Departamento de Assuntos Internos australiano na qual se indicava que o sérvio era elegível para entrar no país sem quarentena, embora o Governo de Camberra argumente que isto não constituía uma garantia de entrada.

Djokovic - conhecido por se opor à imunização obrigatória contra a covid-19 - queria que o seu estatuto fosse clarificado para que pudesse ser considerado para o sorteio do torneio de ténis australiano.