A Novak Djokovic e ao russo Daniil Medvedev coube a responsabilidade de encerrar os oitavos de final do primeiro ‘major’ da temporada e, ao longo de três horas e 15 minutos, protagonizaram um encontro repleto de longas e boas jogadas, que acabou por ser favorável ao líder do ‘ranking' ATP, por 6-4, 6-7 (5-7), 6-2 e 6-3.

Frente ao jovem Medvedev (19.º ATP), de 22 anos, que serviu 18 ases, registou 38 ‘winners' e 49 erros forçados e salvou sete de 18 pontos de ‘break’, Djokovic somou seis ases, 43 pontos ganhantes e 50 erros não forçados, qualificando-se pela 10.ª vez, os quartos de final do ‘major’ dos Antípodas.

O próximo adversário do hexacampeão é Kei Nishikori, carrasco de João Sousa na terceira ronda, que havia garantido, poucos minutos antes, numa longa e dura batalha com o espanhol Pablo Carreño Busta a qualificação, pelos parciais de 6-7 (8-10), 4-6, 7-6 (7-4), 6-4 e 7-6 (10-8), após cinco horas e cinco minutos.

Depois de perder os dois primeiros ‘sets', o japonês e nono na hierarquia ATP ainda conseguiu recuperar de um ‘break' abaixo na terceira partida e de 5-8 no ‘match tiebreak' da quinta para alcançar, pela quarta vez na carreira, a presença entre os oito finalistas, após um encontro que terminou de forma polémica.

Tudo porque o juiz de linha chamou fora a uma bola boa de Carreño Busta, quando o marcador estava em 8-5 favorável ao espanhol, e o juiz atribuiu o ponto a Nishikori, que havia respondido e fechado a jogada, ao invés de mandar repeti-lo.

Uma das maiores surpresas do dia saiu da raqueta de Alexander Zverev, número quatro mundial. Não só pela derrota nos oitavos de final, como pela forma como perdeu em três ‘sets' frente ao canadiano Milos Raonic, por 6-1, 6-1 e 7-6 (7-5), a quem não conseguiu dar grande réplica.

“Joguei horrivelmente. Nem consigo dizer o que fiz pior, porque foi tudo mau. Servi mal, estive mal na linha fundo. Foi péssimo", confessou o alemão, já após ser penalizado (‘warning') pelo árbitro português Carlos Ramos, por destruir a raqueta.

Depois de ter fechado apenas um jogo de serviço nas duas primeiras partidas, mesmo tendo feito um ‘break' cedo, Zverev, campeão do ATP Finals, ainda salvou dois ‘match points' no terceiro set, mas já não foi capaz de travar o regresso de Raonic (17.º ATP) pela quarta vez aos ‘quartos’ do Open da Austrália.

"Hoje joguei incrivelmente bem, fiz uma série de coisas incrivelmente bem feitas e estou muito orgulhoso disso. Foi difícil. Tive aqueles ‘match points' a 4-5 e gostava de ter jogado de forma diferente, mas segui em frente e concentrado nos meus jogos de serviço", afirmou o canadiano, semifinalista do Open da Austrália em 2016, que vai agora jogar o acesso às meias finais com o francês Lucas Pouille.

No quadro feminino, Serena Williams havia avisado que estava pronta para qualquer adversária. E estava mesmo, até para a número 1 mundial Simone Halep.

A norte-americana, sete vezes campeã na Rod Laver Arena, entrou em ‘court' a ‘esmagar' a romena, que, apesar de ter elevado o nível no segundo e terceiros ‘sets' (dispôs de três ‘break points' na derradeira partida), acabou por ceder a passagem aos quartos de final, por 6-1, 4-6 e 6-4.

Ao fim de quase duas horas de encontro, o 10.º entre as duas - com clara vantagem da norte-americana (9-1) -, a 16.ª colocada do ‘ranking' WTA tornou-se, aos 37 anos, a mais velha jogadora da história a bater a líder da hierarquia mundial.

"Ela é a número 1 mundial e uma grande jogadora. Joguei o melhor que consegui e ao meu melhor nível. Sou uma lutadora, nunca desisto", sublinhou, em ‘court', aquela que persegue o 24.º título do ‘Grand Slam’ em Melbourne Park, onde em 2017 venceu já grávida. O próximo desafio é diante a checa Karolina Pliskova.