Na véspera da estreia no Campeonato do Mundo, naquele que será o segundo enquanto selecionador, depois de ter estado à frente de Portugal entre 2011 e 2014, o técnico, de 53 anos, falou à comunicação social, em Doha, sobre o duelo com os lusos, apesar de estar marcado apenas para a 2 de dezembro.

“Imune não vou estar de certeza. Sou português desde que nasci e serei português até morrer. Durante o jogo serei português, tentando, obviamente, defender da melhor maneira a seleção da Coreia [do Sul] que represento”, começou por dizer Paulo Bento.

O treinador português, que ao serviço da equipa das ‘quinas’ alcançou as meias-finais do Euro2012, na Ucrânia e Polónia, lembrou os casos dos compatriotas Fernando Santos, atual selecionador luso, e Carlos Queiroz, do Irão, quando questionado sobre o momento de defrontar o seu país.

“Ainda falta algum tempo para falarmos desse jogo, mas isso acontece neste tipo de competições, em que selecionadores representam certos países e são naturais de outros. Já aconteceu com o atual selecionador português [Fernando Santos] a representar a Grécia, com o [Carlos] Queiroz no Irão e toca-me a mim agora”, recordou.

Depois, admitiu que “gostaria de ter evitado” Portugal: “Claramente que sim, mas não se pode ter tudo. É preparar um jogo de cada vez, de uma forma profissional e séria”.

Na quinta-feira, os coreanos estreiam-se na ‘poule’, diante do Uruguai, que conta ainda com o Gana, e Paulo Bento deu o mote para tentar atingir os melhores resultados.

“A ideia é de jogar e competir tão bem quanto possível, tirando partido das nossas qualidades e tentando condicionar as qualidades do adversário. Oxalá amanhã [quinta-feira] seja um jogo equilibrado e tentaremos fazer o que sabemos, para estar a um nível extremamente elevado coletivamente”, perspetivou.

A equipa agora comandada por Diego Alonso mereceu elogios por parte de Paulo Bento, que destacou aquele jogador que, talvez, esteja em melhor forma na seleção sul-americana, o médio Fede Valverde, do Real Madrid.

“Creio que a forma como o Uruguai fez esta transição demonstra aquilo que vale e aquilo que são enquanto equipa. Não é fácil fazer uma transição depois de 16 anos com o mesmo treinador [Óscar Tabárez], de quem guardo boas recordações, porque foi meu treinador durante uma temporada [Oviedo]. [Valverde] é um jogador fantástico, com uma dimensão física extremamente elevada e tem grande influência na forma de jogar [do Uruguai]. Está ao nível do Kevin de Bruyne [do Manchester City], são os melhores”, apontou.

A terminar, falou da ‘estrela’ maior da seleção asiática, o extremo Son, dos ingleses do Tottenham, que foi recentemente operado à face, pelo terá de utilizar uma máscara nos encontros do Mundial, uma “adaptação que não está a criar problemas”, de acordo com Paulo Bento, apesar de existir “algum risco”.

“A adaptação à máscara não está a criar problemas. Nos últimos dias treinou com o grupo, tal como tínhamos planeado. Amanhã [quinta-feira] veremos como decorrerá o jogo, esperemos que possa estar o mais confortável possível e tentaremos usar a melhor estratégia possível para que ele se possa sentir bem durante o jogo. Ele sabe e nós sabemos, face a lesão que contraiu, que algum risco poderá existir”, explicou.

Son foi operado em 04 de novembro, para corrigir fraturas em quatro ossos na cara, depois de se ter lesionado no encontro com o Marselha, da Liga dos Campeões.

Na quinta-feira, a Coreia do Sul enfrenta o Uruguai a partir das 16:00 (13:00 em Lisboa), no Estádio Education City, em Al Rayyan.