Paulo Pereira, que ao quarto jogo do Mundial se estreará no banco português, após cumprir três jogos de suspensão, aponta ainda que o Brasil, ao contrário de Portugal, não teve de viajar, nem mudar de hotel e vai jogar no pavilhão em que disputou a fase de grupos.

“Vamos encarar este jogo como se fosse o mais importante e não quero pensar nos que vêm a seguir e nas contas”, considerou ainda Paulo Pereira, que preferia que o jogo com o Brasil não fosse tão cedo, pelas 15:30 locais (14:30 em Lisboa), para ter mais tempo de preparação.

O selecionador recordou que a equipa, após a vitória sobre a Hungria (27-20), no fecho do Grupo D, em Kristianstad, dormiu, viajou de autocarro, instalou-se no hotel e, sem tempo para fazer ajustes táticos em treinos, limitou-se a descansar e a recuperar o físico.

“Vamos ajustando às necessidades e fazendo adaptações em função das características dos adversários”, explicou Paulo Pereira, acrescentando que a seleção já tem alguma experiência para gerir o desgaste físico e mental neste tipo de provas.

Paulo Pereira considera que, “neste momento, o adversário mais importante é o Brasil, se Portugal pretender continuar a manter as ambições e expectativas que criou desde o inicio”, que passam por melhorar o 10.º lugar alcançado em 2021.

O facto de Portugal ter defrontado a seleção do Brasil no torneio norueguês Gjensidige Cup, vencendo por 31-28, pode ser positivo, uma vez que a seleção portuguesa já possui informação do seu adversário e conhecimento dos seus jogadores.

“Nós precisamos de descansar, mas sem desligar do jogo de amanhã [quarta-feira] e ajuda já termos conhecimento da equipa brasileira por termos jogado com eles há cerca de uma semana”, considerou Paulo Pereira, adiantando que só depois pensará nos outros adversários.

Além do Brasil, na quarta-feira, Portugal irá defrontar no Grupo II da fase principal, em Gotemburgo, as seleções de Cabo Verde, na sexta-feira, e a anfitriã campeã europeia e vice mundial Suécia, no domingo, apontada como uma das candidatas às medalhas.

“A Suécia está mais forte, num nível elevadíssimo, mas nós também estamos mais fortes”, disse o selecionador, considerando ainda que Cabo Verde tem uma seleção interessante, com jogadores do campeonato português, e um treinador, Ljubomir Obradovic, que treina o Avanca.

Questionado da possibilidade de tanto a seleção do Brasil como a de Cabo Verde poderem tirar pontos à Hungria e à Islândia, Paulo Pereira disse que “teoricamente pode acontecer, num dia mau e com as emoções à mistura”, mas que acha “pouco provável”.

A seleção portuguesa parte para a ‘main round’ com um coeficiente melhor do que a Islândia e a Hungria, apesar de as três seleções somarem dois pontos, pelo que mantém em alta as expectativas de passar aos quartos de final, ao alcance dos dois primeiros lugares do grupo.

O lateral Alexandre Cavalcanti está também focado em entrar com o pé direito na ‘main round’ frente ao Brasil, para continuar a perseguir o sonho de melhorar o 10.ºlugar de há dois anos no Egito.

“Ao terminar em primeiro lugar do grupo cumprimos o nosso primeiro objetivo e agora na ‘main round’ é passar aos quartos de final. Temos dois jogos teoricamente mais acessíveis, mas temos de o demonstrar dentro de campo”, disse Alexandre Cavalcanti.

De acordo com o lateral, “os jogos com o Brasil e Cabo Verde têm que ser obrigatoriamente para ganhar, se a seleção portuguesa quer chegar aos quartos de final, e, só depois, pensar na Suécia”.

“Jogámos com o Brasil há pouco mais de uma semana. Tem bons recursos e vários jogadores a jogar na Europa. Conseguimos vencê-los no torneio norueguês e temos que entrar com o pé direito e voltar a vencer”, acrescentou.

Alexandre Cavalcanti disse ainda que passar em primeiro do Grupo D “motiva o grupo” e “demonstra a qualidade da seleção, enquanto coletivo, revelando que pode estar entre as melhores do mundo”.