O português Pedro Pablo Pichardo qualificou-se hoje para a final do triplo salto dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao conseguir 17,71 metros, na segunda tentativa da qualificação.
O atleta, de 28 anos, assegurou um dos lugares na final, marcada para quinta-feira, às 11:00 locais (03:00 em Lisboa). Recorde-se que avançavam para a final os atletas que conseguissem, pelo menos, 17,05 metros ou os 12 melhores, tendo Pichardo terminado a qualificação destacado no primeiro posto com um salto de 17,71 metros.
O turco Necati Er foi segundo (17,13), seguido do chinês Yaming Zhu (17,11), do cubano Cristian Napoles (17,08) e do argelino Yasser Mohamed Triki (17,05), enquanto Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso, que este ano fixou em 18,07 o recorde do mundo em pista coberta, foi o 12.º e último repescado, com 16,83.
Numa prova sem o norte-americano bicampeão olímpico e quatro vezes campeão do mundo Christian Taylor, que sofreu uma rotura do tendão de Aquiles em maio, o seu compatriota Will Claye, prata em Londres2012 e no Rio2016, qualificou-se para a final no oitavo lugar, com 16,91.
Pedro Pablo Pichardo, nascido em Cuba, que se naturalizou português em 2017, cumpre a estreia em Jogos Olímpicos, numa competição em que participaram também, ainda que sem garantirem a qualificação, Nelson Évora, campeão em Pequim2008, e o estreante Tiago Pereira.
Pereira foi 16.º classificado e Évora despediu-se do atletismo com o 27.º lugar.
A final do triplo salto está marcada para quinta-feira às 11:00 locais (03:00 em Lisboa).
Parece fácil?
“Parece, mas são muitos anos de trabalho, um ciclo olímpico a preparar este dia da qualificação e a final, por isso é que toda a gente acha que é fácil. É muito trabalho no meu corpo e na minha cabeça”, começou por dizer o luso-cubano na zona mista.
“Foi um salto tranquilo, sim, mas no primeiro relaxei demasiado e a fase do voo, do apoio para o salto, não saiu bem e a corrida também foi mais lenta. Foi confiança demais. E, depois, só quis fazer bem o segundo”, explicou.
Antevendo a final, na qual vai ser o único luso, depois das eliminações de Nelson Évora, campeão olímpico em Pequim2008, e Tiago Pereira, Pichardo recusou um estatuto de especial: “Não posso dizer que sou imbatível, nunca se pode falar assim. Todos estamos em boa forma física, preparados para uma medalha, vai ser só o dia em que se vê quem salta mais”.
Questionado sobre os desempenhos dos seus adversários, em particular de Hugues Fabric Zango, do Burkina Faso, que estabeleceu este ano o recorde em pista coberta (18,07 metros), Pichardo centrou a sua concentração em si e numa marca que não quis revelar.
“Não me foco neles, estou focado em atingir uma marca e, se a alcançar, aí posso ser imbatível. Qual é? É melhor ser surpresa, às vezes é o melhor. Sinto-me bem, física e psicologicamente, se Deus quiser, agora é esperar que quinta-feira possa fazer o meu melhor. Tenho um bocado mais de 18 metros na cabeça, e nas pernas também”, concluiu.
O campeão da Europa em pista coberta tem os 18,08 metros alcançados em 2015 como melhor marca pessoal e detém o recorde nacional (17,95), tendo chegado a Tóquio2020 com a melhor marca mundial do ano ao ar livre, com 17,92, obtida em 06 de julho.
[Notícia atualizada às 03h02]
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