O treinador português José Mourinho é apenas oitavo na Liga inglesa de futebol, mas, no regresso em plena pandemia de covid-19, volta a ter Kane e Son para tentar levar o Tottenham à ‘Champions’.

Mourinho recebeu a equipa no 14.º lugar e chegou a colocá-la no quinto, a um escasso ponto da ‘Champions’, mas, entretanto, ‘resvalou’ para oitavo, a sete, e tem, à frente e atrás, muitas equipas com o mesmo objetivo.

Um escasso ponto somado nas últimas três rondas, face aos desaires com Chelsea (2-1 fora) e Wolverhampton (3-2 em casa) e ao empate no reduto do Burnley (1-1), atrasaram o Tottenham, que acusou muito as lesões de Harry Kane e Son Heung-min.

Neste período, depois do triunfo ‘in-extremis’ por 3-2 com o Aston Villa, em Birmingham, graças a um tento nos descontos do sul-coreano, em 16 de fevereiro, o conjunto londrino também ‘caiu’ da Liga dos Campeões e da Taça de Inglaterra, ficando impossibilitado de conquistar qualquer troféu em 2019/20.

Desta forma, o ‘onze’ de José Mourinho só poderá chegar à edição 2020/21 da Liga dos Campeões via ‘Premier League’, o que significa ficar num dos primeiros quatro lugares, presentemente ocupados por Liverpool, Manchester City, Leicester e Chelsea.

Os ‘spurs’ já não podem alcançar os ‘reds’, que contam mais 41 pontos, com 27 por disputar, e são quase campeões 30 anos depois, e estão ‘demasiado’ longe de Manchester City, que tem mais 16 e menos um encontro disputado.

O Leicester, surpreendente terceiro colocado, também está distante, a 12 pontos, pelo que a única possibilidade realista passa por disputar a última vaga com o Chelsea, quarto colocado, que conta mais sete pontos do que os vizinhos londrinos.

Para chegar à ‘Champions’, a formação de Mourinho tem de ganhar pontos aos ‘blues’, mas não só, pois também segue atrás do Manchester United (a quatro pontos) - que recebe na sexta-feira, no primeiro jogo pós retoma -, do Wolverhampton, de Nuno Espírito Santo (a dois), e do Sheffield United (a dois).

O perigo, para ao ‘spurs’, que estão longe até de assegurarem um lugar na Liga Europa, também vem de trás, pois o Arsenal está a apenas a um ponto, o Burnley e o Cristal Palace a dois, o Everton a quatro, o Newcastle a seis e o Southampton a sete.

A recuperação de Kane e Son poderá ser uma ajuda preciosa para os ainda vice-campeões europeus em título, que, nas 17 rondas sob o comando de Mourinho, somaram 27 pontos, correspondentes a oito vitórias, três empates e seis derrotas (29-23 em golos).

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Entre as jornadas 13 e 29, os londrinos perderam apenas para Liverpool (somou mais 21 pontos), Manchester Ciy (cinco, em menos um jogo) e Manchester United (dois) e fizeram o mesmo do que o Leicester e o Wolverhampton.

O Sheffield United e o Southampton só contabilizaram menos um ponto, o Burnley e o Crystal Palace três, o Arsenal e o Everton quatro e o Chelsea cinco.

No ‘seu’ campeonato, Mourinho estaria mais acima na tabela classificativa da ‘Premier League’, mas, desde que chegou, o Tottenham também foi eliminado das outras frentes em que se encontrava, a Liga dos Campeões e a Taça de Inglaterra.

Na ‘Champions’, logrou o apuramento para os ‘oitavos’, com um 4-2 caseiro ao Olympiacos, na quinta ronda da fase de grupos, ao qual se seguiu um desaire por 3-1 no reduto do Bayern Munique.

A primeira fase a eliminar trouxe mais um clube alemão, o Leipzig, um dos ‘carrascos’ do Benfica, que, não deu hipóteses aos ingleses, ao vencer em Londres por 1-0 e triunfar em casa por 3-0, no que é ainda o último jogo dos ‘spurs’, em 10 de março.

Na Taça de Inglaterra, o Tottenham superou o secundário Middlesbrough e o Southampton em jogos de repetição da terceira e quarta rondas, para ‘tombar’ nos ‘oitavos’, em casa, perante o Norwich, no desempate por grandes penalidades.

Em 26 jogos pelos ‘spurs’, Mourinho soma um total de 11 vitórias, seis empates e nove derrotas, com 42 golos marcados e 38 sofridos.

Entre Mourinho e a Liga dos Campeões está a sua pior série de derrotas de sempre

Depois do triunfo por 3-2 no reduto do West Ham, arrancado a ‘ferros’, com um golo do sul-coreano Son, aos 90+4 minutos, em 16 de fevereiro, para a ronda 26 da ‘Premier League’, os ‘spurs’, que na sexta-feira recebem o Manchester United, de Bruno Fernandes, contabilizaram dois empates e quatro derrotas.

Estes registos custaram a queda do quinto para o oitavo posto do campeonato inglês e o adeus à Taça de Inglaterra e à Liga dos Campeões, competição à qual correspondem, precisamente, o primeiro o sexto jogo desta ‘seca’ de triunfos.

Em 19 de fevereiro, o Tottenham começou a comprometer o apuramento para os ‘quartos’ da ‘Champions’, ao perder em casa com o Leipzig por 1-0, seguindo, três dias volvidos, a derrota fora no dérbi londrino com o Chelsea, por 2-1, para o campeonato.

De volta a casa, em 01 de março, os ‘spurs’ somaram terceiro desaire seguido frente ao ‘português’ Wolverhampton, vencedor por 3-2, para, no dia 04, caírem nos ‘oitavos’ da Taça de Inglaterra pelo mesmo registo, mas no desempate por penáltis, na receção ao Norwich, após 1-1 nos 120 minutos.

Na 29.ª ronda da ‘Premier League’, em 07 de março, o Tottenham voltou a não conseguir vencer, agora na casa do Burnley (1-1), para, no dia 10, selar o ‘adeus’ à Liga dos Campeões com novo desaire face aos germânicos.

O pesado 0-3 em Leipzig a ‘pairar’ como derradeiro jogo da equipa de José Mourinho, que está a cumprir ao servido dos londrinos a 20.ª temporada da carreira como treinador principal, iniciada em 2000/01, no Benfica.

Desde então, e após passagens ainda por União de Leiria, FC Porto, Chelsea, por duas vezes, Inter de Milão, Real Madrid e Manchester United, ‘Mou’ só tinha estado, e uma única vez, cinco encontros de ‘rajada’ sem saborear um triunfo.

Essa série aconteceu na primeira passagem pelos ‘blues’, mais precisamente na reta final da temporada 2006/07, entre 28 de abril e 13 de maio de 2007, e incluiu uma ‘amarga’ eliminação nas meias-finais da ‘Champions’, às mãos do Liverpool.

Depois de vencer em casa os ‘reds’ por 1-0, na primeira mão das ‘meias’, com um tento de Joe Cole, e de empatar a dois na receção ao Bolton, no que foi o primeiro jogo dos cinco sem triunfos, o Chelsea caiu nos penáltis (1-4) em Anfield Road.

O defesa dinamarquês Daniel Agger igualou a eliminatória, aos 22 minutos, e a passagem à final só foi resolvida no desempate por grandes penalidades, que teve como ‘herói’ o guarda-redes espanhol Pep Reina, que parou dois pontapés.

Depois dessa eliminação, o Chelsea empatou os derradeiros três jogos do campeonato inglês, no reduto do Arsenal (1-1) e nas receções ao campeão Manchester United (0-0) e ao Everton (1-1), para acabar a prova em segundo, a três pontos dos ‘red devils’.

A ‘malapata’ só foi quebrada no último encontro da época, em 19 de maio, com os londrinos a impedirem em Wembley a ‘dobradinha’ do conjunto de Cristiano Ronaldo, com um triunfo por 1-0, selado no prolongamento, aos 116 minutos, pelo marfinense Drogba.

Pelo Chelsea, que comandou em sete épocas e num total de 321 encontros, José Mourinho ainda teve duas séries de quatro jogos sem ganhar, uma em 2013/14 e outra em 2015/16, com a curiosidade de ambas incluírem uma derrota num desempate por penáltis.

Ao serviço do Manchester United, que representou em 144 jogos, ao longo de três épocas, Mourinho teve três séries de quatro encontros sem vencer, duas em 2016/17 e uma em 2018/19.

Nos restantes clubes, Mourinho ostenta como piores registos séries de três jogos sem ganhar: uma no Benfica (cumpriu 11 jogos), uma na União de Leiria (20), duas no Inter de Milão (108), três no FC Porto (127) e quatro no Real Madrid (178).

De todas essas séries, só uma foi de três derrotas, quando, em 2001/02, na primeira época pelos ‘dragões’, perdeu duas vezes com o Real Madrid par a segunda fase da ‘Champions’ (0-1 fora e 1-2 em casa) e, pelo meio, caiu por 3-2 na receção ao Beira-Mar.