“O clube votou contra as contas, reserva-se no direito de impugnar judicialmente as deliberações desta AG e reserva-se no direito de recorrer a um inquérito judicial às contas, a interpor num tribunal comum. O clube irá seguir as indicações dos advogados têm defendido o clube e é entendimento do clube de que devemos pedir um inquérito judicial às contas, para obter uma certeza do que se passa”, afirmou aos jornalistas, no final da AG.
Na base desta decisão está, segundo o líder dos ‘azuis’, a “falta de clareza e profundidade” dos documentos que foram apresentados pela SAD aos acionistas, entre os quais o clube.
“Há um valor de 1,7 milhões de euros [ME] a título de acréscimos de rendimento e nós não conseguimos compreender as operações adjacentes a esse valor, que tem impacto direto no exercício. O exercício registou um resultado positivo de 900 mil euros – 600 depois de impostos – mas estes 1,7 ME estão encavalitados na receita e, se os retirássemos da receita, o resultado seria amplamente negativo”, adiantou.
De resto, Patrick Morais de Carvalho mostrou-se preocupado com o aumento do passivo global da SAD de 8,5 ME para 9,9 ME, sobretudo tendo em conta que na temporada passada, que diz respeito ao exercício colocado a votação, foi atípica em termos de receitas.
“Trata-se de um ano em que se registaram aumentos de 32,5% nas receitas de televisão, em que tivemos as receitas da Liga Europa, vendemos os direitos desportivos e económicos do Deyverson e do Dálcio, e os pagamentos aos credores da SAD estavam suspensos, em virtude de o Processo Especial de Revitalização [PER] ainda estar a ser negociado”, referiu.
Por seu lado, o presidente da SAD do Belenenses, Rui Pedro Soares, considerou que se tratou de “um ano excecional” e que foi dado “mais um passo no sentido da estabilização financeira e credibilização” da sociedade anónima desportiva.
“As contas foram aprovadas com mais de 75% dos votos na AG. Estou muito contente com isso”, afirmou aos jornalistas.
Rui Pedro Soares voltou a lamentar o diferendo que opõe o clube e SAD e reforçou que “há uma impossibilidade de diálogo” com Patrick Morais de Carvalho.
“Esta situação não é o melhor para o Belenenses, mas o tempo vai provar o que se está a passar e quem é o referencial de estabilidade e de bom senso”, concluiu.
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