“Mais uma vez, as grandes decisões ficaram guardadas para as derradeiras rondas em ambas as competições, com incerteza constante na classificação, o que comprova bem a competitividade do futebol profissional. Cada sociedade desportiva está de parabéns pela resiliência demonstrada numa temporada longa e atípica, dividida a meio por um inédito campeonato do mundo jogado no inverno, que virou o calendário do avesso”, observou o dirigente, ao efetuar o balanço de 2022/23 numa nota publicada no sítio oficial da LPFP.

Proença congratulou Benfica e Moreirense, campeões da I e II Ligas, respetivamente, tal como FC Porto, Sporting de Braga, Sporting, Arouca ou Vitória de Guimarães, todos a caminho das provas europeias em 2023/24, saudando ainda o Farense, que subiu à elite, e a União de Leiria e o Belenenses, ambos de regresso à divisão ‘secundária’ via Liga 3.

“Fizemos do aumento do tempo útil de jogo uma prioridade no início da época. Observar os índices a subirem jornada após jornada e, mais importante, jogadores, treinadores e árbitros a contribuírem para esse desígnio tem de ser enaltecido. Não podemos competir nesta indústria do entretenimento sem apresentar um produto diferenciador e com maior qualidade. Estamos certos de que esta mudança de mentalidade está para ficar”, notou.

Apesar da “grande temporada” descrita pelo presidente da LPFP, Portugal foi suplantado pelos Países Baixos no sexto lugar do ranking da UEFA, que vai passar a atribuir apenas cinco vagas aos clubes nacionais nas três provas continentais, ao invés das atuais seis.

“A descida não reflete uma eventual diferença de qualidade para os adversários. Nunca é de mais referir o sistema injusto de apuramento de pontos, que tem colocado a Liga dos Campeões e a Liga Conferência ao mesmo nível e que nos fez descer um lugar na lista, sistema esse criticado pela LPFP desde a primeira hora”, contextualizou Pedro Proença.

Dessa forma, a partir da época 2024/25, apenas o vencedor da próxima edição da I Liga portuguesa vai ter entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões, sendo que o segundo colocado precisará de disputar duas pré-eliminatórias para lá chegar, enquanto duas das outras vagas disponíveis incidem na Liga Europa e outra na Liga Conferência.

Pedro Proença defende que “surge uma oportunidade em cada ameaça” e reitera “plena confiança” de que Portugal voltará ao sexto lugar do ranking europeu, mas admitiu que “diminuir custos é fundamental, nomeadamente num enquadramento fiscal duro para as sociedades desportivas”, de forma a potenciar “as mesmas condições” dos adversários.

“Na época passada, o futebol profissional contribuiu com mais de 214 milhões de euros em impostos, sem que essa importância estratégica seja reconhecida. Não podemos ser apenas (grandes) contribuintes do Estado”, sinalizou o dirigente, que vai concorrer sem oposição a um terceiro e último mandato na LPFP, cujas eleições vão decorrer na quinta-feira, visando “quatro anos de transformação” e uma época 2023/24 “mais espetacular”.