“Estamos a falar dos apoios concedidos no âmbito da promoção dos Açores nas equipas que participam nas provas nacionais. Com base nisso, são atribuídos apoios que são definidos com base na notoriedade das competições, no mediatismo dessas competições, com base até nos hábitos de consumo de quem vai assistir a esses fenómenos desportivos”, disse, em declarações aos jornalistas, o secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.
O governante falava à margem de uma audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, no âmbito da discussão de uma proposta do PSD que reivindica a “equiparação dos apoios atribuídos para a mesma modalidade, entre as equipas do sexo feminino e masculino”.
Berto Messias assegurou aos deputados que nos apoios concedidos nos Açores à atividade desportiva “não existe qualquer discriminação de género”.
“Nós não poderíamos jamais compactuar com isso se isso acontecesse e não acontece”, frisou.
Quanto à atribuição de apoios pela divulgação do nome Açores, o secretário regional disse que a definição dos montantes é feita de acordo com critérios claros.
Para a deputada social-democrata Mónica Seidi, a discrepância de montantes atribuídos não tem, no entanto, justificação, até porque há equipas femininas que nos últimos anos tiveram “mais transmissões em televisão do que as equipas masculinas”.
“Desde a época 2014 até à época transata, na modalidade de basquetebol, o Clube União Sportiva [feminino] tem aproximadamente 30 transmissões televisivas e de forma paralela o clube Lusitânia [masculino] tem menos transmissões televisivas”, salientou.
Segundo o PSD/Açores, na anterior época desportiva, nas modalidades de basquetebol, voleibol e ténis de mesa, as equipas femininas receberam apoios por divulgarem o nome Açores na ordem dos 78 mil euros, enquanto as equipas masculinas, nas mesmas modalidades e nas mesmas competições, receberam cerca de 256 mil euros.
Além da visibilidade televisiva, Mónica Seidi salientou que as equipas femininas têm ganhado “imensos títulos” e têm fornecido atletas para a seleção nacional, exigindo, por isso, ao executivo açoriano que faculte o estudo que justifica os critérios de atribuição destes apoios.
A deputada frisou que a proposta do PSD recebeu pareceres favoráveis de associações desportivas e de igualdade de género, acrescentando que não teria encargos significativos.
“Não exigiria um esforço significativo do Governo. Estamos a falar num montante na ordem dos 180 mil euros e estamos a falar da utilização de dinheiros públicos”, apontou.
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