Numa nota enviada à Lusa, a direção comunista sustenta que "situações como aquelas que envolvem a realização do Mundial de Futebol no Qatar, caracterizadas por uma inaceitável exploração de trabalhadores sujeitos a condições intoleráveis e onde os direitos são desconsiderados, devem merecer forte condenação, tomada de posição individual e das entidades competentes".
Para o partido, impõem-se "medidas consequentes que defendam os direitos" dos trabalhadores sujeitos a condições desumanas.
Contudo, "a par desta consideração, o PCP entende que a expressão inequívoca da defesa dos direitos pode assumir diferentes dimensões e não tem de passar por ações de boicote à participação desportiva de atletas ou equipas e ao seu acompanhamento institucional, como no caso da participação da seleção nacional".
Em causa estão abusos de direitos humanos cometidos com alegada conivência das autoridades do Qatar contra trabalhadores emigrantes durante a construção dos estádios e outras infraestruturas.
Reportagens de vários órgãos de comunicação social denunciaram contratos de trabalho que mais se assemelhavam a escravatura, e trabalhadores a viver em condições desumanas.
O desrespeito pelos direitos dos trabalhadores provenientes de outros países, assim como a intolerância face à comunidade LGBTI+ ou os direitos das mulheres levou a vários pedidos de boicote do campeonato por parte de organizações não-governamentais (ONG), entre elas a Amnistia Internacional.
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