“O jogador foi preso por um crime de injúria racial, mas como pagou uma fiança vai responder por esse crime em liberdade. Se ele não pagasse essa fiança, seria levado para a prisão”, informou aos jornalistas Carlos Butarelli, delegado da polícia federal de Porto Alegre, na sequência da queixa apresentada por Edenilson, que acusou o lateral luso de lhe chamar “macaco”.
De acordo com a imprensa brasileira, foi o Corinthians, clube treinado pelo português Vítor Pereira, que pagou a fiança a Rafael Ramos, na ordem dos 10.000 reais (1.900 euros).
O encontro de sábado entre Internacional e Corinthians, da sexta jornada do campeonato brasileiro, que terminou empatado 2-2, esteve interrompido durante aproximadamente cinco minutos no decorrer da segunda parte, depois de, numa disputa de bola, o médio do Internacional Edenilson ter alegado que Rafael Ramos lhe dirigiu um insulto racista.
Na sequência do incidente, o técnico Vítor Pereira acabou por substituir o jogador contratado em abril ao Santa Clara, que, após a partida, assegurou que tudo se tratou de um “mal-entendido”, negando ter proferido quaisquer insultos racistas.
“Foi puramente um mal-entendido entre mim e o Edenilson. No fim do jogo, fui ter com ele e tivemos uma conversa tranquila, expliquei-lhe o que tinha acontecido, ele explicou o que entendeu. Expliquei a verdade, o que eu disse. Ele estava com receio de passar por mentiroso, eu disse-lhe que ele não é mentiroso, simplesmente percebeu as palavras erradas. Apertámos as mãos e desejei-lhe boa sorte. Foi isso que aconteceu”, disse o lateral luso, aos jornalistas, após a partida em Porto Alegre.
Mais tarde, numa publicação na rede social Instagram, Rafael Ramos voltou a abordar o incidente.
“Não fui, não sou e nunca serei racista. Sempre me pautei por uma postura correta em toda a minha carreira e não iria ser de outra forma agora. Que este caso tenha servido para que este tema seja novamente levantado e que possamos todos reafirmar: Racismo, não”, escreveu o lateral direito, de 27 anos.
Já o médio Edenilson, ‘capitão’ do Internacional, saiu do Estádio Beira-Rio sem prestar declarações aos jornalistas, mas acabaria por abordar a situação igualmente através das redes sociais.
“Eu procurei o atleta [Rafael Ramos], para que ele assumisse e me pedisse desculpas. Afinal, todos erramos e temos o direito de o admitir. Mas o mesmo [jogador] continuou a dizer que tinha entendido errado. Eu não entendi errado. Procurei-o para que ele tivesse a oportunidade de se redimir. Independentemente da nossa cor, o caráter sempre falará mais alto. Enfim, peço desculpas por não estar preparado para reagir a algo deste género”, expressou no Instagram.
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