A presença de Portugal no campeonato do mundo de râguebi de 2027 pode já ficar decidida no mês de fevereiro durante o Rugby Europe Championship (REC 2025), torneio europeu de qualificação para o Mundial da Austrália.
No grupo B, a seleção nacional, 16.ª do ranking mundial, enfrenta a Bélgica (28.º), sábado (19h30), dia 1 de fevereiro, no Estádio do Restelo, na primeira jornada do REC. Alemanha (31.º), em casa, a 9, e a Roménia (20.ª), fora, em Botosani, dia 15, 3.ª e última jornada, fecham a primeira parte do torneio.
O novo modelo, oito nações, dois grupos, uma só volta e apuramento direto para os primeiros dois classificados de cada grupo (uma quinta seleção europeia disputará um torneio de repescagem), não tira o sono ao selecionador nacional.
“Todos compreendemos e sabemos quais as consequências deste torneio”, recordou. “Estamos focados no primeiro jogo, com a Bélgica. Vamos tentar garantir que a concentração esteja a 100% na performance nesta semana. E depois pensaremos no segundo jogo”, atirou Simon Mannix.
“Temos de olhar para o que podemos fazer, controlar o que fazemos com a nossa preparação e ter certeza de que estamos em condições físicas e mentais para jogar o jogo corretamente”, referiu. “A concentração tem sido muito boa e os jogadores sabem o que estão a fazer”, elogiou.
Duas vitórias bastam para o inédito segundo bilhete consecutivo para um Mundial (o terceiro da história do râguebi português). Um feito que pode estar à distância de dois triunfos caseiros.
Ciente da realidade, Simon Mannix esvazia a pressão. “Todas essas coisas não são complicadas. São o resultado se jogarmos bem. Se fizermos isso, depois podemos falaremos o que significa. Fazer história depende da nossa performance”, garantiu.
Sem desculpas
Os lobos iniciaram a preparação a meio do mês de janeiro, mas a ficha dos 56 selecionados para o torneio europeu só ficou completa no passado domingo com a chegada de jogadores luso-franceses e portugueses que atuam nos campeonatos profissionais e semiprofissionais de França.
Samuel Marques, Nicolás Martins. José Madeira e Rodrigo Marta fizeram os quatro treinos da semana. Francisco Fernandes e Rafaelle Storti apresentaram-se lesionados e estão fora das contas do selecionador nacional.
“Não vou inventar desculpas, porque todas as nações em desenvolvimento (tier2) têm o mesmo problema. Não temos acesso aos nossos jogadores o tempo que gostaríamos”, assinalou Simon Mannix, selecionador nacional.
“Em Portugal, o râguebi permanece amador, os jogadores amadores portugueses são os mesmos e metade da equipa joga em competições profissionais”, analisou.
Para ultrapassar essa dificuldade, o neozelandês à frente da seleção nacional portuguesa apresenta uma receita. “Temos de ser mais criativos na forma como partilhamos informação e comunicamos com os jogadores”, sublinhou.
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