"Ramis quer muito, muito, muito encontrar Phelps", disse ontem a sua treinadora, a ex-campeã olímpica de natação Carine Verbauwen. "Ele já tentou. Pela Síria, ele tem sido um nadador internacional desde que tinha 14 anos e competiu em dois campeonatos mundiais", acrescentou.

Anis disputou campetições mundiais em 2009 e em 2011 pelo seu país e, no Rio, integra a Equipa Olímpica de Refugiados. "Numa das vezes, perguntou a Phelps se podia fazer uma selfie com ele, e Phelps disse não. Ele ficou arrasado", relatou Carine. "Entendeu, claro. Phelps é tão ocupado e tem tantas solicitações - mas eu espero que, agora, descubra que Ramis é um refugiado", acrescentou.

"Ele ficou tão chateado. Eu disse-lhe: 'um dia, podemos tentar fazer com que encontres Phelps e tiras uma foto com ele'. Vamos tentar fazer com que aconteça aqui", completou a treinadora.

Anis competirá nos 100 metros mariposa e, embora não seja expectável uma possível medalha, enfrentará o seu ídolo nas águas.

Dez refugiados olímpicos

É a primeira vez, na história dos Jogos Olímpicos, que existe uma equipa composta exclusivamente por atletas refugiados. Conta com dez atletas oriundos de quatro países e que integram a Equipa Olímpica de Atletas Refugiados que disputará os Jogos do Rio 2016. Da equipa fazem parte dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo e seis praticantes de atletismo de África, um da Etiópia e cinco do Sudão do Sul.

Todos foram forçados a abandonar os seus países de origem devido a conflitos e perseguições. Foram recebidos por países europeus, como Alemanha, Bélgica e Luxemburgo, mas também africanos (Quénia) e  os dois judocas Popole Misenga e Yolande Mabika vivem no Rio de Janeiro.