Salomé Afonso foi a primeira portuguesa em pista na distância, ao terminar a segunda série no 11.º lugar, em 04.06,55 minutos, fora dos seis lugares de apuramento para a meia-final, tal como Marta Pen, na quarta ronda, na qual foi 10.ª, em 04.07,74.
“Acho que estava a valer muito mais do que o que acabei por replicar. Tenho pena porque me senti bem, mas fiquei muito fechada e creio que deixei escapar um pouco o grupo da qualificação. Na última reta, tendemos a defender e contrair um pouco mais para ninguém nos passar”, lamentou Salomé Afonso.
A atleta do Sporting, de 25 anos, chegou aos seus primeiros Mundiais com 04.06,04 do recorde pessoal conseguido em junho último, repetindo a classificação que alcançou nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, em 2021.
“Fico triste porque estou numa forma completamente diferente e acho que tenho de guardar mais experiência nestas provas táticas mais rápidas, porque acho que me perco um bocadinho. Até certo ponto estava perto, mas fui ultrapassada e não quis forçar. Agora, sinto que era o que devia ter feito, porque depois foi tarde demais. Se não for no momento certo, perdemos o estímulo e passamos a estar em perseguição e não no grupo”, explicou Salomé Afonso.
Marta Pen, de 30 anos, ficou longe de melhorar o oitavo lugar de Londres2017, que se mantém como a melhor classificação em Mundiais, assumindo-se desanimadamente conformada.
Na zona mista do Centro Nacional de Atletismo, na capital húngara, Marta Pen, que mantém como recorde do ano 04.06,05 — ainda longe dos 04.03.79 do seu melhor tempo de sempre –, admitiu alguns erros de abordagem à corrida.
“Estou desapontada, mas orgulhosa e tranquila com a preparação que fiz. Tentei estar em posição de ir à semifinal e talvez tenha havido ali alguns erros táticos…podia ter melhorado um bocadinho. É a minha terceira participação, claro que queria mais, mas tenho de apreciar os momentos que conquistei e hoje foi isto”, referiu a atleta do Benfica.
Sendo também uma das atletas integrantes da atribulada viagem entre Lisboa e Budapeste, Marta Pen reconheceu cansaço, mas sem que o usasse como desculpa.
“Os 1.500 são uma prova muito física e tática e, claramente, estou a acusar um bocado de cansaço. Infelizmente, demorei 32 horas a vir de Lisboa para Budapeste. Neste tipo de prova, estar mentalmente descansado faz diferença. São fatores que não controlamos e temos de aprender a gerir, porque isto não conta nada no desporto. Demorei 32 horas mas não parti 10 metros atrás, lutei com as melhores do mundo com as condições que tinha”, concluiu.
As meias-finais dos 1.500 metros femininos vão ser disputadas hoje, a partir das 17:05 locais (16:05 em Lisboa), e a final na terça-feira, às 21:31 (20:31).
O melhor resultado luso na prova foi alcançado pela recordista nacional Carla Sacramento (03.57,71), que se sagrou campeã do mundo em Atenas1997.
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