Em comunicado, a SAD dos açorianos confirma que recebeu uma “proposta do Governo Regional no sentido de regular a concessão do Estádio de São Miguel”, recinto utilizado pelo Santa Clara, mas que é propriedade pública.
“Considerando que os termos colocados pelo Governo Regional não atendem aos interesses de ambas as partes, a SAD respondeu oportunamente a essa mesma proposta, aguardando desde então por nova posição da secretaria regional”, lê-se no comunicado.
No sábado, em declarações à RTP/Açores, a secretária da Educação e Desporto, Sofia Ribeiro, explicou que a proposta de concessão foi feita “mediante a condição de investimento do clube na infraestrutura” e a “manutenção do desporto de qualidade e a nível profissional”.
“Esperamos que a curto prazo possam estar já terminadas essas negociações. Entendemos que é essa a melhor solução, em que há uma concessão com uma responsabilização depois ao clube na gestão da própria infraestrutura e com retorno para a região”, afirmou a secretária regional.
Em reação, o Santa Clara defende que um “acordo justo não pode passar pelo investimento de apenas uma parte", sobretudo quando "está um direito sobre uma estrutura por um período limitado no tempo”.
“Vamos ser claros: corremos o sério risco de assumir uma estrutura em más condições, reabilitá-la mediante um enorme esforço financeiro e, depois, devolvê-la em boas condições ao erário público”, atirou a SAD açoriana.
O Santa Clara alerta que a equipa profissional poderá ter de disputar os jogos na condição de visitado no continente, caso não exista um entendimento quanto aos termos da concessão.
“Sublinhou Sofia Ribeiro que espera ver este dossier resolvido a breve trecho. A SAD também. Até porque a consequência terá impactos significativos, com a possível necessidade de deslocar os jogos da equipa profissional para o continente”, avisa.
A SAD do Santa Clara, liderada por Klauss Câmara e que tem Bruno Vicintin como acionista maioritário, afirma que o investimento no recinto desportivo “pode, deve e terá de ser feito também pelo Governo Regional”.
“A SAD nunca se escusou às suas responsabilidades e assim continuará, o que, acreditamos, nos legitima para exigir igual postura por parte do Governo Regional", acrescenta.
O Estádio de São Miguel correu o risco de não ser licenciado para a presente temporada devido à necessidade de serem realizadas obras de melhoramento do recinto público regional inaugurado em 1976, segundo reconheceu, em maio, o presidente do clube e vogal da SAD, Ricardo Pacheco.
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