O técnico portista acredita, no entanto, que qualquer adversidade que possa aparecer no caminho da equipa, no embate de segunda-feira, não pode ser desculpa para que não se consiga o objetivo principal, a conquista dos três pontos.

“Penso que vai ser um jogo dentro do que encontramos no campeonato. Um jogo difícil, contra uma equipa que não tem sido muito falada, mas tem mais dois pontos do que no ano passado. É uma equipa muito bem organizada, não sofre muitos golos e, nos últimos cinco jogos, tem quatro vitórias. É sinónimo de que está num bom momento”, disse o treinador do FC Porto, na conferência de imprensa de antevisão da partida nos Açores.

Sérgio Conceição abordou ainda a questão do mau estado do relvado, mas garantiu que “qualquer adversidade terá que ser ultrapassada”.

“Vamos ver como está o relvado. Foi considerado o pior da I Liga. O Santa Clara nem sequer pode treinar no seu estádio. Com um bom, mau relvado, com as condições que estiverem, desde que se possa praticar futebol, temos de ultrapassar as adversidades e ganhar o jogo. Não pode haver desculpa para não conquistarmos os nossos objetivos”, avisou.

Questionado sobre o estado de espírito da equipa, após a eliminação da Liga Europa, selada na quinta-feira com um desaire caseiro por 3-1 face ao Bayer Leverkusen, Sérgio Conceição não escondeu a insatisfação, mas reconheceu que agora o necessário é olhar para os “dois objetivos que ainda estão em jogo”.

“Ninguém gosta de perder. Saímos tristes e frustrados por perder, precocemente, um objetivo que tínhamos. Agora temos de reunir forças para conseguir os dois objetivos que temos”, frisou.

O treinador da formação ‘azul e branca’ abordou ainda a saída do lateral direito internacional argentino Saravia.

“O Saravia até junho não está na equipa, por isso, não vale a pena falar do que teve de positivo ou negativo. Mas, aproveito para dizer que o Saravia é um ser humano fantástico, muito acarinhado pelos colegas”, explicou.

De acordo com o Sérgio Conceição, o argentino, de 26 anos, que chegou no verão e só disputou seis jogos pelos portistas, “precisa de jogar mais, até porque há uma competição de seleções [Copa América] na qual ele tem ambição de estar”.

“Era importante para todos que o Saravia tivesse mais minutos. Já falei algumas vezes sobre as situações que ele podia melhorar. Desejo a maior felicidade do mundo para ele e que atinja os seus objetivos”, acrescentou.

O treinador do FC Porto fez ainda uma breve análise à eliminação das quatro equipas portuguesas — também ‘tombaram’ Benfica, Sporting e Sporting de Braga – nos 16 avos de final da Liga Europa, deixando Portugal sem representantes nas provas da UEFA.

“Acho que, em termos de competitividade, o futebol português é diferente do alemão, do inglês, do italiano, do espanhol, do francês e por aí fora… Mas, isso tem a ver com o poder de investimento dos clubes, com a forma como nós poderíamos encaixar jogadores com mais qualidade no futebol português”, explicou.

De acordo com Sérgio Conceição, este cenário “tem a ver com uma série de questões que são discutíveis e sobre as quais vale a pena refletir”.

“É fácil falar dos treinadores, como vi, ou da falta de qualidade, mas o problema é muito mais do que isso. Os treinadores têm a sua quota parte, sem dúvida nenhuma, e temos a nossa responsabilidade, mas temos de olhar para um problema bem maior”, finalizou.

O FC Porto, segundo classificado, com 56 pontos, menos um do que o líder Benfica, joga na segunda-feira nos Açores, a partir das 18:30 horas, com o Santa Clara, no nono lugar, com 29, numa partida da 23.ª jornada da I Liga de futebol.