O Sindicato dos Jogadores veio esta quarta-feira condenar a gestão do Villa Athletic Club, clube de futebol presidido por Fábio Lopes, locutor de rádio também conhecido por Conguito, que tem estado no centro de uma polémica devido à falta de condições e salários em atraso.

Em comunicado, o sindicato diz que as "últimas semanas ficaram marcadas por dois casos particularmente graves no futebol distrital, que deixaram dezenas de jogadores, muitos deles estrangeiros, numa situação de estado de necessidade absolutamente inaceitável".

Um desses casos citados é precisamente o do Villa Athletic, clube inscrito na Associação de Futebol de Portalegre, e que é classificado como "mais um projeto ruinoso", depois de ter criado junto de um plantel e equipa técnica "a expetativa de condições de trabalho e salários que, manifestamente, não tinham qualquer possibilidade de sustentação".

"Este caso do Villa Athletic, em particular, vem demonstrar que, independentemente da zona do país, é preciso atenção e exigência no processo de licenciamento de novos clubes", sublinha a nota.

O Sindicato de Jogadores sublinha que nos últimos anos tem "denunciado e insistido"  na urgência de rever os pressupostos de licenciamento e escrutínio do investimento nos clubes e sociedades desportivas, aumentando a exigência e a prestação de garantias financeiras, sem as quais estes fenómenos continuarão a ocorrer.

"Apesar das soluções já encontradas em articulação com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que permitiram um salto qualitativo no licenciamento das competições profissionais, é indispensável maior exigência a este nível", refere o texto.

O organismo diz ainda estar a acompanhar o caso, assumindo estar "ao lado dos jogadores que, legitimamente, exigem uma solução e a responsabilização daqueles que os colocaram nesta situação".

O Villa Athletic Club foi fundado em 14 de junho de 2022, em Ponte de Sor, e tem estado a braços com sérias dificuldades, já que “os investimentos iniciais previstos não se concretizaram” e o clube está agora a “ter algumas dificuldades ao nível de patrocínios diretos com marcas”, revelou também hoje Fábio Lopes, presidente do clube, em comunicado enviado à Agência Lusa.

Na segunda ronda, no domingo, em Elvas, o Villa apresentou-se com 12 jogadores, sem equipa técnica e com equipamento emprestado pelo Grupo Desportivo Samora Correia.

Quatro jogadores manifestaram hoje o seu desagrado com alegados salários em atraso e falta de condições ao presidente do clube, à porta do Grupo Renascença, em Lisboa, segundo a edição ‘online’ do jornal desportivo Record.

Contactado pela Lusa, o presidente da AFP, Daniel Pina, remeteu esclarecimentos sobre o caso para uma conferência de imprensa, que se realiza na quarta-feira, na sede desta associação de futebol, em Portalegre.

Na segunda-feira, o presidente do Villa Athletic Club, Fábio Lopes, assumiu, em comunicado enviado à agência Lusa, que o clube, que compete nos distritais de Portalegre, atravessa “dias muito difíceis”, por dificuldades financeiras, e procura “soluções de viabilização” do projeto.