“Sou o mesmo ganhando ou não. Regresso sempre com mesma cara, depois de vitória ou depois da derrota. Sou sempre o mesmo”, começou por dizer o técnico luso, durante uma conferência de imprensa na Faculdade de Motricidade Humana (FMH), na Cruz Quebrada.
Mourinho, que recentemente conquistou a primeira edição da Liga Conferência Europa, naquele que foi seu 26.º título, no primeiro ano como treinador do emblema italiano, sente-se no “principio da carreira” e garante “nunca ter escondido aquilo que é e o que pensa”.
“Estou no principio da careira, tão simples quanto isso. Se mudei, foi para melhor. Aprendi com erros, fui mudando com as experiências vividas e fui-me adaptando a novas situações. Às vezes, alguns de nós gostam de vender uma imagem diferente daquilo que somos, mas nunca escondi aquilo que sou e penso”, assegurou.
A preparação da final da terceira prova da UEFA “não mudou nada em relação à primeira”, de acordo com o técnico, que considera ser os “90 minutos em que se sente mais tranquilo”.
“São os 90 minutos em que me sinto mais tranquilo, não dá para ter sensações. Isto para comparar com aquilo que eu era há 20 atrás ao nível da motivação. Sinto-me jovem e vão ter de me aturar mais uns anos”, transmitiu.
Depois, deu conta como passou a mensagem aos seus jogadores, entre os quais Rui Patrício e Sérgio Oliveira, para superaram os neerlandeses do Feyenoord (1-0), em Tirana, na Albânia.
“A visão de uma final é a pressão ser tão grande. Como treinador, tenho de tentar reduzir ao máximo a pressão daqueles que jogam e tentar analisar o jogo antes de acontecer. Tentar colocar os jogadores numa situação confortável e com poucas dúvidas. É ser muito pragmático e só terem de gerir as suas próprias emoções”, contou.
Por outro lado, para o técnico luso, “quando o treinador pensa que é o seu momento, que vai tentar mostrar o quão fenomenal ele é, vai perder”.
Após o apito final em Tirana, Mourinho festejou de mão aberta, aludindo os cinco títulos conquistados nas cincos finais europeias em que esteve presente, deixando claro que “nunca se preocupou muito com quem o criticou”.
“Pelos críticos, nunca me preocupei muito com isso. A maneira como festejei tem só um fundamento: não sou aquilo que era, um jovem preocupado com a sua ascensão, crescimento e provar o dia-a-dia. Transformei-me numa pessoa menos egocêntrica, que vive muito mais para os outros do que para mim próprio. Estou num clube sem história de vitórias, com adeptos incrivelmente apaixonados, mas sem história de vitórias”, observou.
A possibilidade de poder conquistar o novo troféu da UEFA foi visto como um “sonho e até uma obsessão” ao longo da época que terminou, fazendo com que Mourinho “se sentisse como nunca se sentiu”, visto que “era a ‘Champions’ da Roma”, ficando, por isso, “verdadeiramente emocional”.
Por fim, falou da forma como é acarinhado na capital italiana e elogia a frontalidade e honestidade dos responsáveis dos “giallorossi’ quando o contrataram há um ano atrás.
“Adoro estar lá [na Roma], não adoro quanto perco e ali perco mais vezes do que noutro sítio. Adoro porque me adoram e porque tive uma relação de grande empatia com quem está dentro do clube e fora do clube. Sinto-me bem ali, ninguém me mentiu, ninguém me levou ao engano, nem me prometeram muitos zeros [para contratações]. Estou ali porque gosto e isso é importante”, concluiu.
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