Contudo, não há pressa. O foco agora deve ser manter todos os jogadores em alta rotação para a final da Taça dos Libertadores no próximo dia 23 deste mês. Isto, porque o título brasileiro virá simplesmente por não haver nenhum rival nem sequer próximo do nível que este Flamengo atingiu.
A vitória sobre o Bahia, neste domingo, marcou uma volta completa sobre os rivais sem perder. Há exatas 19 jornadas atrás, o Flamengo perdeu o último jogo sob o comando de Jorge Jesus para o mesmo Bahia. De lá para cá, foram 17 vitórias e 2 empates e não há sinais que façam duvidar da continuação desta sequência positiva.
As contas são simples: para o Flamengo começar a festa já no próximo fim-de-semana, precisa de vencer os próximos dois jogos — contra o Vasco da Gama em casa no Maracanã no dia 14 (jogo adiantado por causa da final da Libertadores) e frente ao Grémio em Porto Alegre no dia 17 — e esperar que o o Palmeiras caia contra o Bahia em Salvador.
Mesmo se tal não ocorrer já, Jesus e seus pupilos apenas precisam de ganhar três jogos até ao fim do campeonato para levantar a taça.
Este Flamengo une jogadores consagrados e de nível internacional, como Rafinha e Filipe Luis, e talentos acima da média do Brasil, como Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta e Rodrigo Caio.
Para além disso, Jesus resgatou Gerson da Europa para lhe alçar o destaque como possível selecionável, apresentou o jovem Reinier, de 17 anos, para o mundo, e trouxe um espanhol, Marí, do ostracismo para a idolatria. São muitas histórias interessantes, muitos jogadores que chegaram este ano e um treinador que em seis meses fez este time parecer que se conhece há anos.
O Flamengo destaca-se e faz o futebol brasileiro repensar-se. Faz a imprensa e os profissionais de dentro e fora do campo questionarem os caminhos a seguir. Faz parecer este time jogar noutra rotação, quase sem rivais. E isso importa mais do que o título em si.
O Flamengo não é um campeão qualquer. Pode-se até discutir se é o campeão mais importante do século no Campeonato Brasileiro.
Se o título vem em duas, três ou seis jornadas, pouco importa. Esta é uma vitória que faz bem ao futebol brasileiro e veremos o seu impacto nos próximos anos. Enquanto isso, aplaudamos a cada jogo, nos maravilhemos com a festa nas arquibancadas e esperemos, ansiosamente, a final da Libertadores que pode consagrar definitivamente esse time no rol dos maiores da história do Flamengo.
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