A equipa do Sporting saiu de Alvalade pelas 17h30 e a receção nos Paços do Concelho aconteceu pontualmente às 18h00.

Os jogadores e a equipa técnica começaram por tirar a tradicional fotografia de família e, de seguida, a fadista Cuca Roseta cantou a Marcha do Sporting. Mais de 100 crianças nos Paços do Concelho assistiram à cerimónia.

Os campeões receberam uma imagem de Santo António em cerâmica verde e subiram à varanda para saudarem os adeptos no local. Uma camisola do Sporting, autografada por todos os jogadores, foi oferecida a Carlos Moedas.

Centenas de adeptos concentraram-se frente ao edifício da Câmara Municipal de Lisboa, depois de terem passado pelos controlos de segurança. Cânticos e gritos de vitória espalharam-se entre a multidão.

Carlos Moedas: "O Sporting é um clube único"

"Senhor presidente do Sporting Clube de Portugal, meu querido Frederico Varandas, prometeste e fizeste. Um grande obrigado", começou por dizer Carlos Moedas no seu discurso. "Caros jogadores, equipa, senhoras e senhoras sportinguistas. Bem-vindos, campeões. Bem-vindos a esta casa que também é vossa".

"Hoje Lisboa é verde e branca, hoje a cidade vive a glória do Sporting Clube de Portugal, a glória que vem do esforço, da dedicação e de muita devoção. Hoje, esta praça está cheia. Dia 5, o Marquês esteve cheio. Cheio de felicidade, de alegria que se espalhou pelo coração de milhões em todo o país, em todo o mundo e em todos os continentes", frisou.

O presidente da Câmara Municipal destacou os adeptos que "vibraram com as vitórias do Sporting" e que "sentiram cada golo, cada ponto, cada jornada".

"Estes milhões que vos seguem nunca desistem do Sporting. Nunca deixaram de sentir o que é ser Sporting, mesmo nos momentos mais difíceis, quando tudo parecia impossível. Estão sempre lá. Como diz a letra: mostram que pelo seu amor são doentes e passam esse amor de geração em geração", apontou referindo de seguida que "o Sporting é um clube único".

De seguida, Carlos Moedas frisou que "a glória não surge do nada". "Por detrás da glória está sempre muito esforço, está sempre a raça e fome de vencer que foram a chave desta conquista. E estes campeões foram liderados por alguém com essa raça", disse, em referência a Rúben Amorim, um "verdadeiro leão".

"O Rúben, quando foi apresentado, disse aquela frase histórica: 'E se corre bem?'. Disse que não queria ser só mais um no clube, passaram quatro anos e já foi campeão duas vezes. Hoje não é mais um, é um vencedor, um campeão e um ídolo e é em si que reside aquilo que o Sporting verdadeiramente é. Quando o Rúben diz que dá 100% e que por cima desses 100% mete mais 10 em cima, são esses 10% que fazem a diferença. É mesmo isso, Rúben, obrigado", disse o presidente da Câmara de Lisboa.

Quanto à equipa, Moedas lembrou que "onde vai um, vão todos" e que foi feito um "caminho lado a lado". Depois, deixou algumas palavras a "três jogadores que representam esta união única": Sebastián Coates, Antonio Adán e Luís Neto. "Uma equipa que acima das individualidades, acima dos egos, sabe que está sempre o Sporting".

"A vossa equipa honrou a camisola do Sporting Clube de Portugal", rematou.

Frederico Varandas: "É o fim de uma era em que o Sporting vencia esporadicamente"

Frederico Varandas, presidente do SCP, discursou de seguida e saudou os sócios e adeptos pela “demonstração exemplar de civismo, bom comportamento e amor ao clube” no dia 5, em que festejaram o título no Marquês. “É notável uma festa popular, com milhares e milhares de pessoas, não ter gerado sequer um desacato”, afirmou.

O líder dos ‘verde e brancos’ saudou ainda o Benfica, o “eterno rival” que os obrigou “a bater todos os recordes”, mostrando “respeito e consideração” a “um digno vencido”.

“A minha terceira palavra vai para este grupo de jogadores, equipa técnica e ‘staff’. É preciso recuar mais de 70 anos na história do Sporting, à equipa dos Cinco Violinos, para encontrar uma verdadeira ‘máquina demolidora de futebol’ como esta equipa”, comparou.

"Estes leões demolidores bateram o recorde de pontos, de vitórias, de golos marcados numa época. Muito obrigado por esta maravilhosa e inesquecível época. O mérito, a história e a glória é vossa", notou.

Varandas enalteceu o recorde de pontos, vitórias e golos marcados numa época atingido numa temporada “maravilhosa e inesquecível”, que se seguiu ao quarto lugar em 2022/23.

Varandas lembrou o "jejum de 19 anos" e frisou que esta vitória significa "uma mudança de paradigma". "É o fim de uma era em que o Sporting vencia esporadicamente e com intervalos de décadas, é a confirmação de uma nova era em que o Sporting deixa de olhar para cima para ver os seus rivais e volta a ser estruturalmente forte, preparado para vencer e continuar a vencer".

O presidente destacou ainda as diferenças entre 2018, quando chegou ao clube, e agora, desde as melhorias financeiras, no estádio e na quantidade de sócios com quotas em dia, bem como ter hoje em Rúben Amorim “um dos melhores treinadores do mundo”.

Destacando também os companheiros de direção, deixou uma garantia: “continuaremos a vencer”, lembrando a final da Taça de Portugal, no domingo, ante o FC Porto, querendo “vencê-los”.

O presidente do Sporting confirmou também a continuidade do treinador Rúben Amorim por “mais um ano”.

“Hoje, temos um dos melhores treinadores do mundo. Temo-lo hoje, temo-lo há quatro anos e temo-lo para o ano”, declarou Varandas.

Durante o discurso, o líder ‘leonino’ enalteceu Amorim, que contratou ao Sporting de Braga por valores avultados, que, então, geraram polémica e desconfiança, como “um dos melhores treinadores do mundo”.

“Não é pela vertente financeira nem pela falta de interesse de outros clubes que ele permanece aqui, ano após ano. Permanece aqui, porque o Sporting é um clube que lhe dá proteção, estabilidade, condições para ter sucesso e sobretudo ser feliz”, acrescentou.

Frederico Varandas entregou ainda ao técnico o “mérito” do título da I Liga conquistado em 2023/24, em que ainda disputa a Taça de Portugal, na final de domingo com o FC Porto.

O Sporting sagrou-se campeão português de futebol pela 20.ª vez, no dia 5 de maio, beneficiando da derrota do Benfica na visita ao Famalicão, por 2-0, na 32.ª jornada da I Liga, para chegar ao título. Com este resultado, o Sporting voltou a conquistar o título, depois do último em 2020/21.