Nuno Mendes e Sporar ficaram na terça-feira de fora das opções do Sporting CP para a meia-final da Taça da Liga de futebol frente ao FC Porto, em Leiria, depois de na véspera os ‘leões’ terem anunciado a sua disponibilidade.
O lateral esquerdo e o avançado esloveno falharam a receção ao Rio Ave (1-1), da 14.ª jornada da I Liga, na sexta-feira, mas foram dados como aptos pelo departamento médico dos lisboetas, por se terem tratado, segundo o emblema ‘leonino’, de “falsos positivos” ao novo coronavírus, um resultado reafirmado por dois novos testes com resultado negativo que cada um dos dois jogadores fez em laboratórios distintos.
No entanto, nem Nuno, nem Sporar puderam ir a jogo na eliminatória frente aos dragões que os leões venceram de forma épica numa reviravolta nos minutos finais protagonizada por Jovane Cabral, uma decisão que, tendo em conta as explicações do departamento clínico do clube de Alvalade, foi recebida com estranheza.
Num esclarecimento enviado esta manhã às redações, a Direção-Geral da Saúde falou finalmente sobre o sucedido, explicando que "a Autoridade de Saúde territorialmente competente, a quem cabe determinar as medidas, solicitou por escrito ao diretor médico da Unilabs-Portugal informação sobre se os resultados analíticos dos dois jogadores que estavam a ser avaliados constituíam falsos positivos, não tendo obtido resposta em tempo útil".
Assim, sem um fornecimento adicional de dados à Autoridade de Saúde local, por parte da Unilabs, esta não se viu na posse de elementos suficientes que permitisse o regresso à competição do avançado e do lateral.
Sporting vai apresentar queixa à Ordem dos Médicos contra diretor clínico da Unilabs
No final do jogo que ditou a presença dos leões na final da Taça da Liga, Frederico Varandas surgiu na sala de imprensa do Estádio Dr. Magalhães Pessoa para detalhar o processo dos falsos positivos aos testes à covid-19, acusando o diretor clínico do laboratório de falsas declarações.
“Vamos, nós médicos [do Sporting], fazer uma queixa na Ordem dos Médicos do diretor clínico da Unilabs. Com grande perplexidade, infelizmente, eu li que [o diretor clínico] disse que não havia problema nenhum, nem sabia o que se passava, nem sequer tinha sido contactado. Pena: temos um e-mail às 17 horas desse dia, desse senhor. Não admito que nos ponham em causa”, frisou Frederico Varandas.
O dirigente lamentou que os dois jogadores fossem impedidos de jogar em condições em que “outros cidadãos portugueses podem voltar a trabalhar”, considerando que o Sporting teve “três vezes azar” num processo onde “existem coisas estranhas”.
Entre esses azares estão os dois falsos positivos nos testes realizados a Nuno Mendes e Sporar, quando “a probabilidade é um em 100” e o Sporting, “numa amostra de 30, teve dois”, bem como a não inscrição pelo laboratório de Nuno Mendes no SINAVE, a plataforma oficial de identificação de casos positivos à covid-19.
“Mais uma coisa esquisita que aconteceu ao Sporting”, ironizou.
Frederico Varandas assumiu ainda estranhar que o documento exigido pela DGS e solicitado à Unilabs, onde constasse que “em vez de falsos positivos, tivesse escrito que houve um erro”, tenha sido pedido às 13:30 de hoje e, ao final da noite, “ainda não houve resposta”, afastando Sporar e Nuno Mendes do jogo com o FC Porto.
“O Sporting viu-se privado mais uma vez de dois jogadores que não são ‘covid’, que o laboratório assume que são falsos positivos”, lamentou o presidente, frisando não negociar “valores”, “sejam presidentes, sejam colegas, sejam o que for”.
Esta quarta-feira, os leões conhecem o adversário, SL Benfica ou Sporting de Braga, que vão enfrentar no próximo sábado na final da Taça da Liga.
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