Subir 281 degraus, que se traduz em 14 andares, em 11 minutos e 15 segundos. Foi este o feito, único, que João Sousa, ciclista de Trial Bike, em cima de uma bicicleta “escalou”, pelas escadas, o edifício central da Câmara Municipal de Lisboa, no Campo Grande. Tudo feito sem pôr o pé no chão ou sem recurso a qualquer apoio nas paredes.
“Força, técnica de impulso mais apurada e equilíbrio” foi a receita para atingir o objetivo, esclareceu o penta campeão de Trial Bike. Em degraus “mais íngremes” do que estava à espera e “onde a bicicleta cabia à justa”, João Sousa agradeceu o apoio fulcral dado pelos funcionários da câmara municipal de Lisboa que saíram dos locais de trabalho para o vão das escadas, incentivando-o. O ciclista brindou-os no 1º andar e no 7º andar “invadindo” o local onde trabalham, mostrando algumas manobras mais ou menos radicais.
A subida, “que é pioneira a nível mundial”, foi feita numa bicicleta de 8 kg, sem selim, de guiador e forqueta de carbono, o resto em alumínio, com travões hidráulicos e com um custo de 2.200 euros.
Depois de ter inicialmente “escalado” os 200 degraus (em 4 minutos e 22 segundos) do edifício Primavera, em Braga, esta ação integra-se no projeto “Up Stair Challenge 2017”, composto por três subidas a prédios, um projeto que tem Aurora Cunha, ex-maratonistas e corredora de meio-fundo e fundo, como madrinha.
A primeira subida foi à sede da Liberty Seguros, em Lisboa. 251 degraus percorridos em 7 minutos e 7 segundos, um recorde batido agora no edifício camarário. A finalizar esta trilogia saltos nas escadas sem por o pé no chão, está marcado para o dia 3 de maio, na Maia, 400 degraus sem por o pé no chão naquele que “é o quinto edifício mais alto de Portugal”, explicou João Sousa. “Com sinceridade, ainda não me preparei para esse desafio. Tenho um mês para o fazer e requer um treino mais especifico e intenso”, sublinhou.
Um bancário que anda a saltar pelas montanhas minhotas
João Sousa tem 29 anos. É penta campeão nacional de Trial Bike. A vida em equilíbrio em cima de uma bicicleta começou aos seis anos por influência do pai. Uma influência que cativou igualmente o irmão, Daniel Sousa, que lhe “roubou” o título nacional de 2014.
Nascido em Vila Verde, em pleno Minho, é bancário de profissão. Licenciado em economia, casado, com dois filhos, depois do horário laboral “entre as 8h30 e as 16h30” é vê-lo a treinar pelas paisagens mais ou menos íngremes de Braga, entre “três a quatro vezes por semana”, referiu.
Depois de fechar este projeto em que se envolveu, sem quaisquer contrapartidas financeiras de prémios em jogo, João Sousa, no seu íntimo, pensa de seguida subir aos mais altos prédios do mundo. “Pensámos ir no Dubai. Quem sabe...”, finalizou.
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