“Senhores, cometeram um enorme erro. Alguns dizem que é ganância, outros desdenha, arrogância… ainda vão a tempo para mudarem de opinião. Todos cometem erros”, disse o presidente da UEFA, na abertura do congresso do organismo do futebol europeu.
Ceferin disse ainda que a garantia de sucesso no passado pode não o ser no futuro, porque “o futebol é dinâmico e imprevisível” e que o “egoísmo está a substituir a solidariedade”.
“Esses clubes que pensam que hoje são grandes e intocáveis, deveriam lembrar-se de onde vieram. E compreenderem se são gigantes nos dias de hoje, em parte devem isso à UEFA”, considerou o presidente do organismo.
No discurso, Ceferin disse também estar convicto de que o futebol sairá mais forte desta crise, mas reiterou as críticas ao comportamento dos clubes.
“O dinheiro tornou-se mais importante do que a glória, a ganância mais importante do que a lealdade e os dividendos mais importantes do que a paixão”, disse.
Também no congresso, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, ameaçou os clubes envolvidos no projeto de uma Superliga Europeia, ao considerar que terão de viver com as consequências das suas escolhas.
“Se alguns escolherem seguir o seu próprio caminho, devem viver com as consequências das suas escolhas. São responsáveis por essas escolhas. Isto significa exatamente que ou estás dentro ou estás fora, não podes estar meio dentro e meio fora”, disse o líder do organismo máximo do futebol mundial.
No domingo, 18 de abril, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição vai ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores — apesar de só terem sido revelados 12 — e outros cinco, qualificados anualmente.
A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
Entretanto, o organismo que rege o futebol europeu anunciou o alargamento da Liga dos Campeões de 32 para 36 clubes, a partir de 2024/25, numa liga única, com cinco jogos em casa e outros tantos fora.
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